Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, março 14, 2019

"Alta" ajuda.

As pessoas falam cada coisa para ganhar uma discussão, mesmo a mais boba possível. Eu disse

odeio autoajuda

 E a pessoa disse

mas o seu blog é o que?

De cara me deu vontade de mandar a definição de autoajuda para que a pessoa mesmo fizesse a análise do que falou. Uma definição simplista, boba também, já daria conta de mostrar a diferença:

O termo autoajuda pode designar qualquer caso onde um indivíduo ou um grupo, como um grupo de apoio, procuram se aprimorar de forma econômica, espiritual, intelectual ou emocional. (Wikipédia)

A autoajuda literária é configurada por um conjunto de obras que tem por objetivo fazer o leitor pensar sobre seus próprios problemas ou aprimorar suas habilidades e, para isso, as narrativas do gênero fornecem variadas alternativas para todo tipo de assunto.
(Infoescola)


Vamos lá, eu não gosto de livros de autoajuda, principalmente porque já li e também já li outras coisas, então eu posso dizer que não, eu não gosto, acho ruim, MAS RUIM MESMO, no sentido de não me fazer imaginar, encantar, não me fazer sentir criativa, com vontade de ler mais, de escrever mais, nada disso. E eu leio para isso tudo aí, não para resolver minha vida. 

Sigo acreditando que ler QUALQUER COISA é melhor do que não LER NADA, mas eu tenho 38 anos e acho que já sei um pouco diferenciar o que é um literatura e o que é mercado editorial. Sendo assim, apelar para o argumento de "mas o seu blog é o que?" para de algum modo desvalorizar o que eu escrevo e querer me convencer de que autoajuda não é assim tão ruim porque eu me enquadro nessa linha é argumento que já nasce morto.

Eu me divirto com essas coisas. Porque depois fiquei pensando o que o meu blog era. Meu blog surgiu da vontade de continuar escrevendo, quando eu parei de escrever em diários de papel e mandar cartas para amigas/os (eu até já falei isso aqui). Não tem nenhum objetivo além de guardar o que eu escrevo. Está online porque eu não me importo que outras pessoas leiam algumas coisas (sim, há também posts que só eu tenho acesso). Se eu quero me ajudar quando eu escrevo? Sim e não. Não é essa ideia de ajuda romântica que os livros de autoajuda querem promover; eu me ajudo porque nasço todas as vezes que consigo escrever algo que vai dentro de mim. Mas não é autoajuda, porque não tenho compromisso com isso me fazer bem ou me mostrar como resolver coisas ou "aprimorar" coisas. Não é autoajuda porque eu não estou preocupada com quem me lê, não escrevo para ser lida, na verdade eu ainda me surpreendo que tenham posts com 80, 100 visualizações. Não é autoajuda.

Talvez seja "alta" ajuda. 

Nenhum comentário: