Você que me lê, me ajuda a nascer.

terça-feira, novembro 29, 2022

Eus.





 

Migalhas.

Eu não vivi até aqui para ter que mendigar amor. Eu já sei que se o amor não estiver sendo dado a mim, eu tenho de me levantar da mesa. Nina Simone me disse isso e eu acreditei. Acreditei porque eu conheço o amor. 

Ele é o esforço que a gente faz quando tudo ao redor está desmoronando. Ele foi minha mãe levantando às 4h da manhã para trabalhar todos os dias por 14 anos. Ele é o compromisso que a vida que bate à porta nos pede todos os dias. Se você atende, você sabe o que é o amor.

Se você não atende esse chamado, esqueça. Você não sabe o que é o amor. Você imagina o que ele é, você deseja sentir, mas você não tem coragem o suficiente para deixar ele te abraçar.

Eu chorei quando senti que para ser amada eu precisava implorar. Eu chorei porque eu não queria ter de passar por isso depois de conhecer o amor. Eu não admito sentir isso de novo depois de saber que o amor existe e me faz bem. Mas eu senti essa sensação ruim de novo. 

De não amor. De não valor. De não ouvidos. Eu não quero, eu não preciso disso. Mas se você aceita o risco de tentar viver um relacionamento com alguém, pode acontecer. Você não controla isso. Não mesmo. 

O amor não é eu te amo o tempo todo. O amor é verbo, palavra ação. Não tem melindre, não se envergonha, não fica cheio de dedos. Para existir, o amor faz. Se você não entende o que estou dizendo, o amor ainda não chegou aí. 

quarta-feira, novembro 23, 2022

Lift me Up, Rihanna.


Tento fingir que não choro mas choro. Tento fingir que não quero cantar essas palavras bem alto e não canto, mas soluço.

Queria resolver meu mundo, mas não consigo.

E não importa se vai passar, não é isso. Eu não queria que passasse nada, queria que tudo estivesse aqui como antes, mas faz tempo que não estava. Faz tempo que não estava. Eu não tive como pedir para alguém me levantar.

Eu não soube o que fazer. Eu queria que alguém soubesse. Eu queria que, pelo menos uma vez, eu pudesse não cuidar de nada e, ainda assim, encontrar tudo no lugar quando eu voltasse. 

Não foi dessa vez.

Levinha.

Meu amigo me disse

Você é a mais leve da sua vida 

E eu acreditei, porque sinto isso mesmo assim. Aprendi a viver junto comigo há muito tempo e a me manejar. Falo sozinha em muitas línguas e me conheço um pouco para saber o que me pesa. Aí, vou jogando logo fora de mim. 

Por isso é que quando ele disse isso, eu, que não sou nada modesta, aquiesci. 

Eu já.

Já sentiu saudade do que você nem teve? Eu já.

Já desejou começar de novo? Eu já. 

Já pensou em mudar de ideia? Eu já. 

Já dormiu chorando e acordou pensando estar num pesadelo? Eu já. 

Já teve certezas que foram destruídas por algo maior que você? Eu já. 

Já teve vontade de não fazer mais nada, só descansar? Eu já. 

Já parou para pensar que ainda pode dar certo? Eu sempre. 

Isso é racismo?

Atendimentos em repartições públicas precisam sempre ser um problema? Indo hoje ao Detran, me deparei novamente com um atendimento ruim, daqueles que a pessoa nem olha direito para você e te dá um papel para você pagar e não te explica o que é aquele imposto. 

Depois de já ter pago, descobri que ali eu já tinha escolhido as letras da placa da moto. Eu gostaria de saber se eu poderia escolher as letras, porque se sim, eu gostaria de escrever EXU na placa. Eu não pude escolher, porque não me deram essa opção. Já na emplacadora, a moça disse que eu poderia ter escolhido. Voltei ao Detran e perguntei se poderia ter escolhido. A moça, ao perceber que eu entendi que ela não havia me perguntado se eu queria o serviço, explicou mal e porcamente que a placa Mercosul não permite escolha das letras. 

Saí do Detran sem saber, na real, se eu poderia ter escolhido ou não, porque ela nunca admitiria para mim que esqueceu de me dar essa opção. É racismo da parte dela achar que eu vou escolher o serviço mais barato porque sou uma mulher negra e por isso ela nem pensa em me oferecer mais serviços?  Não tenho muita dúvida disso, mas penso qual é o motivo pelo qual ela não explica o que significa os 266,10 reais que tenho de pagar ao Detran (um rapaz me disse que era o licenciamento da moto). Você pode dizer "ah, mas tem no Google". Tem sim, mas eu fui ao Detran, eu acho que é obrigação da repartição explicar as taxas, assim como o IPVA, que paguei também (mas que tive de imprimir o boleto no despachante disfarçado de emplacadora ao lado por apenas 10 reais, porque no Detran não tinha sistema para o Sefaz, algo no mínimo duvidoso... ah, ela também pediu que eu pedisse emprestado no despachante um lápis para decalcar o chassi da moto, objeto que ela não tinha). Tenho dúvida se ela oferece todos os serviço disponíveis para um homem branco  também, já que ela não ganha nada com isso ou é o fato de, ao atendê-lo melhor, ela acaba abrindo espaço para que ele consiga perguntar coisas que eu nem tive como. Sendo assim, o racismo acaba sendo uma das portas em que o mau atendimento entra e não sai tão cedo; as outras portas, com certeza, tem a ver com classe, gênero e... fadiga, desânimo ou o que quer que seja. 

No fim, as letras RPM até que me agradaram, mas ainda prefiro EXU.

terça-feira, novembro 22, 2022

aMar à vista.



 

Meu coração quer sossego, ver o mar e o amor de longe, avistar.

Novembro chegou, gente.

 As matérias não param e a gente é chamada para falar algumas coisas aqui e ali

Roda Viva: Seu Jorge.


 

Triste.

Estarei triste mais ou menos por uns 425 minutos. O tanto de dias que a gente se viu desde a primeira vez e tivemos a certeza que seria um amor para sempre. E essa certeza, pelo menos para mim, ainda não passou. Sei que amarei até o fim da minha vida quem me fez feliz pelo menos por um dia, sempre foi assim. Carrego amores no peito, só as dores é que deixo pelo caminho.

Não nasci para ser triste. Não nasci para ficar no sofrimento. Posso aceitar chorar tristezas e sofrimentos, mas só se não me sentir sozinha. Caso contrário, meu corpo começa a doer tanto que eu simplesmente tenho que ir embora. Meus olhos não abrem, a tosse chega, nariz fungando e nunca para. Não para até que eu me afaste da dor e possa enxergar o amor que ficou atrás de tudo, escondido com medo do sofrimento.

Minha decisão será sempre a de ser feliz. Sozinha ou acompanhada. Ainda espero que alguém esteja comigo. Ainda espero. Ainda que seja eu comigo mesma, eu topo a felicidade. Sei que ela mora dentro de mim quando encaro a próxima viagem. 

Morno.

Eu nunca gostei de nada assim meio morno. Assim, sem saber para que lado vai. Mas descobri dias desses que morno é o quentinho do conforto. Quem quer ser morno na vida, acaba escolhendo ficar ali, acobertado pelo quentinho da coberta, quase sempre alheia, a lhe acalmar e confortar, cabeça e coração.

Eu não sou morna. Sempre quente ou muito fria, eu não sei ser morna. Podem dizer que ser morno é encontrar o caminho do meio. É... um bom argumento para continuar inerte, parado, quentinho. 

Que culpa tenho eu se tu é morno?

Canta a música de Rachel mais Illy. Eu entendi logo que aquela música era para mim, mas não em sentido sexual, sabe como é? Você já conheceu alguém que parece que sempre vai deixar para depois ou para alguém decidir ou resolver? E o que você fez com ela? 

Eu não soube o que fazer. Só andei e ela ficou parada, naquela estação.



domingo, novembro 20, 2022

Como eu me sinto?

Sentimentos confusos me enchem a cabeça, mas eu durmo bem. Vou até às 5h direto, acordo para me virar na cama e ficar mais confortável durante a noite. Quando acordo, penso nos problemas. Aí penso "posso pensar neles amanhã". Às vezes, invento histórias dentro da cabeça imaginando o que vão me falar ou o que falarei quando a cena se desenrolar e aí pego no sono. É o que a vida tem para mim agora. 

Eu me sinto cansada, triste, desgastada e ao mesmo tempo orgulhosa de mim. Já sentiu isso? Orgulho de conseguir dizer as coisas para mim e para quem quer me ouvir. Para quem quer me entender. Orgulho por me posicionar, por saber o que quero e por fazer de tudo que eu posso para dar certo. 

A gente tenta viver sem emitir juízo de valor, mas quanto mais tempo de vida sobre a terra, mais difícil fica. Eu não quero mandar em ninguém, não. Eu quero que a pessoa faça a vida dela e saiba o que quer, assim como eu sei e não encho o saco de ninguém. 

sexta-feira, novembro 18, 2022

quinta-feira, novembro 17, 2022

Orgulho Macho.

Foi quando um colega perguntou se eu não poderia ficar calada é que eu percebi que o machismo tinha chegado na amizade. Eu já tinha notado antes, em outras coisas, mas assim, diretamente comigo, foi quando ele achou que eu não deveria expressar o que eu sentia e só ele poderia falar o que pensava. E olha que o que irritou ele foi a expressão "digo o mesmo para você".

Eu me sentia especialmente ofendida com as grosserias dele com o mundo e com a companheira dele, reclamava das escolhas que fazia com a filha - porque se eu não gosto, eu vou falar para você e não para outra pessoa - mas ainda não tinha me tocado que tudo aquilo ali era o orgulho macho gritando dentro dele.

Deve ser difícil conviver com uma mulher que não precisa ficar calada, que pode dizer o que quiser, sem medo de passar fome ou não ter onde morar. Deve ser difícil quando essa mesma mulher não se importa de romper laços de amizade com você quando você assim deseja, alegando que é o melhor a fazer, já que ela disse algo que você não gostou.

Eu fico pensando, se nós mulheres pretas deixássemos de falar com todo mundo que fala uma coisa que a gente não gosta, não estaríamos falando com mais ninguém. 

Me deixe, viu? 

Uma amiga perguntou se a gente sente o que sente do mundo porque a gente é feminista. Eu disse que pode ser isso, mas acho que é mais ainda por ser preta. Por ser preta e poder não ficar calada quando muitas de nós não podemos, quando eu mesma já calei, isso me faz não parar de falar. E nem de escrever.

Desgaste.

Dizem assim

ah, a gente só dá o que tem

Vocês acham? Sim e não. A gente dá coisas que não tem confiando que elas vão chegar. A gente dá coisa que tem mas que a gente precisa muito. A gente dá e a gente espera, sim. Não acredito que a gente nunca espere nada das pessoas, isso é conversa fiada. Eu acho assim, a gente fala essa frase mas ela não é real, como quando a gente diz que não tem dependência emocional mas não consegue terminar um namoro mesmo quando ele faz a gente sofrer por mais tempo do que a gente aguenta.

A gente dá o que não tem, mas não dura pra sempre.


Conversando com um serial killer: O canibal de Milwaukee.


 

quinta-feira, novembro 10, 2022

quarta-feira, novembro 09, 2022

terça-feira, novembro 08, 2022

segunda-feira, novembro 07, 2022

Doce e firme.

Eu quero ser doce e firme, é meu maior desejo. Firme naquilo em que acredito, doce para defender as minhas ideias. Firme para não abrir mão do que me faz bem e doce para dizer "vai embora, não quero mais".

Será que ser doce e firme é virtude feminina?

Essa é minha maior vontade agora. Mas tudo bem se não der sempre. Essa é a meta a longo prazo. No prazo curto, meu pavio pode encurtar também. E tudo bem. Eu sou assim, quem quiser não gostar de mim, eu sou assim.

Diagnosis Bipolar: Five Families Search for Answers.

Aqui o documentário.

 

Toe Tag Parole: To Live and Die on Yard.


 

domingo, novembro 06, 2022

Sol.


 

Auto-declarado.


 

Meu Talismã, Iza.


Quando a intimidade chega, ir embora é uma opção
Permanecer, também
Escolher ficar é para quem entendeu
Que a verdadeira magia não está no destino
Aliás, não há destino; só existe eu e você
O resto é poesia pro nosso amor
Pra nossa dor
Pra nós
Meu talismã

Firme e forte.

Estou aqui e aqui vou ficar. Não vou a lugar nenhum que não seja dentro de mim. Estou preocupada comigo e cuidando de mim para ficar de bem com o mundo. Não é assim?

Eu sempre achei que para fazer bem para as pessoas, eu precisava fazer bem para mim. Nunca achei amor próprio egoísmo; quando ouvi isso a primeira vez, fiz uma cara de quem comi e não gostei. Pensa comigo: de um jeito bem prático, se eu amo as pessoas ao meu redor, a coisa certa a fazer é cuidar de mim, porque a) ajuda as pessoas a não ficarem preocupadas comigo e b) ao me cuidar, posso cuidar de outras pessoas também! Prático, né? Sim. Assim eu penso. Me cuidar é cuidar das pessoas que me amam e que se eu não me cuidasse, ficariam preocupadas comigo. Simples demais. 

Desse jeito, cuidar de mim nunca é uma coisa individual. Se você vive com outras pessoas, sempre vai ser cuidar de mais gente do que você pensa. É isso. 

Greg News: Roberto Jefferson.


 

Profissão Repórter: Eleições.

 Vale a pena ver. 


Greg News: Chora mais.


Pode rir, mas eu só soube agora da briga de Ciro mais Greg que começou com esse vídeo. Rapaz, que onda. Agora virei fã. Comecei a ver, real, só porque ele foi no Mano a Mano, não vou mentir. Sou dessas. Gostei muito, muito dele lá. Achava ele ruinzinho no Porta dos Fundos, como a maioria dos comediantes brancos que tem lá. Mas, agora, parece que a coisa melhorou. 

sexta-feira, novembro 04, 2022

Ouvir o coração.

Estou aqui, paradinha, tentando ouvir meu coração. Vou conseguir.

Questioning Darwin.


 

quarta-feira, novembro 02, 2022

O novelo.


 

Garganta seca.

Não vou nada bem, mas estou melhorando. Vou melhorar. Distância não me faz bem, eu sei, mas eu insisto. Fico sem saber o que fazer, mas acho que a melhor coisa é encher o tempo de coisas. Quem dera não seja apenas de trabalho, quem dera! É o meu sonho, é o que estou tentando fazer desde que voltei de férias. 

Encher meu dia das coisas que eu gosto: viajar, ler, ver filmes, academia, aprender coisas novas, limpar e arrumar minhas coisas, jogar coisas fora. Olhar sites, procurar novos perfumes, ouvir podcasts, ler matérias sobre assuntos que desconhecia completamente, essas coisas preenchem meu dia e não são produtivas. Catar folhas no quintal, limpar vidros, lavar roupas, trocar roupas de cama, gosto dessa parte também. Procurar novos livros, fazer listas de novos livros, começar cartas, enviar encomendas. 

Eu vou dormir triste porque distância não é para mim, mas eu insisto há um ano. O que fazer?

Estranhices.

Você já teve sensações assim, de estar num lugar e pensar como seria se ali não estivesse e sim em outro? Essas sensações agora me tomam sempre, de variados jeitos. Vou tentar explicar. 

Imagino às vezes, quando estou de carona numa moto, se passa um carro, que visão eu estaria tendo se eu estivesse no carro e não na moto. Penso também o que eu sentiria se eu não estivesse na moto e sim andando a pé ou numa bicicleta. Será que eu cairia? Eu penso que eu posso cair da moto; como seria se eu caísse e me machucasse naquele buraco que passou ali atrás? Esses pensamentos são muito rápidos e causam desconforto.

Por vezes, imagino também o que aconteceria se eu não pegasse o último ônibus para casa, onde eu ficaria? O que eu estaria fazendo se chegasse um minuto depois do ônibus ter saído? É estranho pensar isso quando eu estou sentada no último ônibus, pensando que eu não estaria ali se tivesse chegado um minuto depois da partida dele. Eu não estaria sentada ali. Pensar isso também é desconfortável, porque às vezes só nesse momento eu me dou conta que estou sentada num ônibus alto, longe do chão, rodando rápido pela estrada. Pensar em não estar ali assim, abruptamente, é estranho. Onde eu estaria? Aí parece que caio no chão, caio na real, mas o ônibus está andando, o que acontece comigo? Eu morro?

Parece cena de filme, né? Parece mesmo. Eu não estou usando nenhuma substância alucinógena. É a idade e todas as memórias vindo. O que fiz, o que não fiz, o que não pude ou não consegui fazer. Parece que são várias vidas ao mesmo tempo, uma que fica, uma que vai, outra que morre, outra que consegue. Tudo ao mesmo tempo e isso é um pouco angustiante, sim. 

Será que só eu tenho esses sonhos delirantes? Já comentei outros sonhos delirantes aqui, bem menos desconfortáveis. Já contei isso para alguém, mas não consegui explicar direito e sentir estranheza enquanto contava, aí achei melhor parar. Como se minha cabeça não coubesse em mim.

Mas pilotar hoje por 2h a moto não me fez sentir nada de estranho, que bom. 

Carcereiros, Drauzio Varella.

Vi a série (ou foi filme?) e aí, ouvindo o podcast de Mano com Drauzio lembrei de comprar o livro. Uma coisa puxa a outra, não é mesmo? Agora preciso ver Zellig de Allen (mas eu defini que não veria filme de gente envolvida com pedofilia, não foi por isso que parei de assistir filmes dele? Eu nunca entendi aquela história direito, nem a o Polanski, mas também parei de ver filmes dele), mas não. 


O livro é muito bem escrito, como todos as outras coisas que Drauzio faz. Recomendo, se você gosta de saber sobre a vida no cárcere, o livro traz um pouco desse universo tentando olhá-lo a partir de outro ponto de vista, tão interessante quanto a do médico.

Drauzio não deixa de fazer denúncias e de tocar o dedo na ferida de temas como tortura, encarceramento da população negra, racismo, preconceito, privação de direitos e tudo o mais, sempre dando sua opinião e mostrando o lugar que ocupa nisso tudo, coisa que as pessoas brancas quase nunca fazem quando escrevem livros com essas temáticas. 

Eu adoro ler sobre mundos que não conheço. É assim com boxe e cárcere, por exemplo. Uma vez, namorei com um arqueólogo. Foi incrível saber do mundo debaixo da água também. Suspiro vontades de novos mundos sempre.
 
Drauzio Varella

terça-feira, novembro 01, 2022

Foro de Teresina.

Agora descarei. Ouço muito podcast, não dá para postar tudo aqui. Só vou citar quando for um novo, porque se for falar de todos os episódios. 

Meu dia parece ter 30 horas e eu adoro isso. Sim, sou essa agonia, amo fazer um monte de coisas mesmo.

Não gostou? Vem aqui me parar, então.

 

Witness: A world in a conflict through lens, Rio.


 

Dinheiro.

Minha amiga diz assim

Dinheiro é energia

E eu entendo, é sim. Eu quero dinheiro para fazer as coisas que gosto - viajar, comprar livros, dar presentes, comer coisas diferentes - e viver melhor ao redor de pessoas que amo. E eu quero que as pessoas ao meu redor tenham dinheiro também para fazer as coisas que elas gostam. Se não for algo tão caro como o que eu gosto - viajar - tudo bem, mas que tenham para o que querem e gostam. E assim a gente vai, vivendo a vida como a gente sente prazer de viver. Não é?

Eu fico feliz quando ganho uma grana e penso "poxa, posso fazer aquela coisa que eu estava pensando sem dor de cabeça", é gostoso demais. Demais, sim. Dormir sem dor de cabeça pelas contas que podem assolar. Não tem preço. Ou tem, né? Sou grata à vida, mas ao mesmo tempo, eu sempre fiquei tão pilhada de não ter salário no fim do mês que acho que fico me precavendo o tempo todo para isso não acontecer. Me movimento pensando nisso o tempo todo, porque eu não tenho quem me dê suporte. Eu não tenho mais para onde voltar se for para ficar sem ajudar. Por isso, eu não consigo pensar a vida de outro jeito.

Por isso, dinheiro é a energia que a gente põe nas coisas muitas vezes. Muitas vezes é a única que a gente tem, mas ela também ajuda a fazer a vida melhor, tira uma dor de cabeça, coloca uma alegria ali, uma pizza, um vinho, um passeio que fica na mente para sempre. Essas coisas são muito gostosas de fazer e de viver. Não vou mentir que não são, não. Eu só tenho que entender que eu sou feita dessa matéria de vida, daquela que tinha um pai em casa que não ajudava em nada, uma mãe que estocava alimentos com medo da fome, irmãos que não sabiam direito como fazer para pagar as contas, foi isso que me fez e é isso que me faz, não preciso esconder essas coisas para explicar porque penso como penso e sinto como sinto.

O que a gente faz? Eu fico pensando mil ideias para ganhar (dinheiro) e viver (a vida) e tou fazendo isso a tanto tempo na vida que às vezes acho que nunca foi diferente. Mas já foi, sim. Por isso, eu me acalmo também e tento ficar na minha e aprender que as pessoas tem outros jeitos de viver a vida e não precisa ser a mesma coisa, não, pode ser diferente e dar muito certo comigo. Pode, sim. 

Um passo, outro passo, paciência.