Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Ali.

Eu converso com as pessoas só pra roubar as palavras delas.
pêndulo
primazia
eu-nós
calor da hora
resumida-mente (dito à boca pequena)
ma petit (o francês)
prospectiva
propedêutico
honraria
Saiam de baixo, eu cheguei.
E falando com mainha, disse do medo de pensarem que eu fiquei esnobe. E ela me acalmou dizendo
não se preocupe se disserem filha, você sabe, você não é
Aquietei então.
E é ele ali, te dizendo oi. Você quer ir embora, mas não consegue dizer não, por causa do passado, que teve vinho e foi bom. Alguém talvez te espere numa outra estação, mas você não consegue subir no trem, fica ali parada.
Uma, duas estações.
Vai ser sempre assim?
As pessoas sempre voltam?

quinta-feira, agosto 13, 2009

Cantada em Olinda.

Michal e Chris.

Meu primo de cinco anos me pede
Põe o clip do Michael aí
E eu quero ver Chris Brown, ele diz
Mas Michael é melhor, põe aí
Eu digo que
Mas sabe que esse cara imita ele?
Ele diz
Se imita, melhor ver Michael né?
Né.

Tem-po.

Na verdade, eu deveria escrever mais aqui. Mas é que... bem... acontecem tantas e tantas coisas que tem tanto e tanto sentido, chego em casa correndo e quero escrever aqui - eu já disse isso, eu sempre escrevo isso aqui, parece mea-culpa -, mas quando abro a tela fico olhando e mordendo o lábio, pensando que não vou conseguir, mais um vez, escrever como foram as coisas todas.
Como ir no parque e passar o domingo namorando. E fazer joguinhos do tipo complete a frase "eu me sinto..."
Como ouvir crianças sorrindo. Como vê-las sorrindo.
Como ler Negras Raízes e chorar.
Como entrar no Outback e procurar uma atendente negra e não encontrar e ficar triste com isso.
Como ouvir uma senhora negra no trem falando da situação da Palestina.
Como ver a mãe feliz de cinco filhos.
São essas coisas todas que me fazem, pessoas que perdem a graça também me fazem pensar e querer viver mais, odiar a palavra inveja, ouvir música que dizem ser ruim e não conseguir parar de ouvir. Fico sempre achando que ninguém vai querer ler isso, mas fico me sentindo mal por não escrever mais e sempre, poesias, histórias, coisas assim bonitas, talvez eu esteja me dedicando a outras coisas e pessoas e falando poesia por aí, mas eu penso em escrever e acho que nada nada está a altura do blog. Como agora.
Vou tentar, eu juro.

sábado, agosto 08, 2009

Biquíni.

Ele não sabe nada. Não sabe amarrar biquíni, não sabe cantar nenhuma música direito, não sabe fingir as coisas, não mente para os parentes, não acorda cedo nem toma banho rápido.
Mas me ama como se fosse a última coisa que quisesse aprender.

Mainha e futebol.

Vou te explicar por que mainha é especial: só ela sabe de cor os nomes dos estádios de Recife e João Pessoa, sem pesquisar no google ou pescar no jornal da semana.
Ah, Arrudão e Almeidão. Nessa ordem.
Só ela usa o verbo locupletar no meio da frase, assim, do nada.
Só ela fala latim no meio da conversa, assim, do nada.
sine qua non
pari passu
Essa coisas eu ouço desde muito pequena. Deve ter ativado parte do meu cérebro e aí me tornei assim inteligente. Ehe.

Futebol.

Não reclame se o moço gosta de um futebol danado. Se ele joga todo fim de semana. É bom. Já vistes? Futebol faz homem fazer várias coisas ao mesmo tempo, coisa que eles sempre reclamam de não conseguirem ao longo da vida. Pensem que Ronaldo é Ronaldo simplesmente por que ele consegue antever a possibilidade de um gol, e isso é coisa que só um homem que pensou e correu - pro canto certo, olha ele lá, gol - pode fazer.
Jogar futebol ajuda muito, os moços acabam aprendendo a se desdobrar na vida. E isso é mais do que importante. Quando passarem alguns anos de namoro, você vai entender mais.