Você que me lê, me ajuda a nascer.

terça-feira, fevereiro 27, 2024

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Em busca de mim, Viola Davis.


Eu amo biografias e por mais que eu torça o nariz para algumas partes da história, me pego rindo e chorando junto com o texto diversas vezes. Eu sou uma boba inveterada consciente, lúcida e racionalmente orientada para continuar sendo assim.

Não sabia que Viola tinha passado tantos apuros na vida e não ia saber nunca que ela foi salva por um programa do governo estadunidense que mostrou a ela que poderia ser atriz. Imagina, gente, o quanto um programa de cultura do governo de um país pode ajudar a orientar adolescentes que não sabem para onde ir ou o que fazer com a raiva que elas tem. Eu ainda fico maravilhada com o poder dessas coisas. A minha vida, a vida de muita gente que eu conheço, tem a ver com essas oportunidades. Lembro que uma coisa que me ajudou a sair para fora de mim e ver que eu poderia mais foi justamente uma atividade gratuita que participei no ensino médio em que as pessoas do grupo cuidavam de mim coletivamente. Pode parecer muito simples olhando aqui de longe, mas eu lembro dessa imersão com a turma que eu fazia magistério como um divisor de águas na minha adolescência. 

Foi lindo.

Eu achei aquilo tão mágico, eu nunca tinha olhado para mim daquele jeito, como alguém que poderia ser cuidada. E ler Viola é pensar em autocuidado, respeito, amor próprio, dificuldades e enfrentamento. Como fazer essas forças todas darem certo é a grande maravilha da vida. Acho que é mesmo a nossa (ou minha) jornada também.

Eu sempre achei Viola incrível. Incrível mesmo. Ela, para mim, tem a capacidade daquelas atrizes que me fazem esquecer que é uma interpretação. Por vezes me pego no meio do filme pensando: "mas essa é mesmo a mãe de Michael Jordan, sim?". Eu vi aquele filme - Air: a história por detrás do logo e fiquei embasbacada. Eu fico muito impressionada com esses filmes em que não leio nada sobre e depois me trazem uma Viola que aparece pouco mas detona tudo. Ela sempre foi grande assim para mim. E ler o livro - que me deixou uma má impressão por conta da entrevista com Oprah - me fez confirmar o que eu achava que ela era: uma mulher incrível.  







 

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

quinta-feira, fevereiro 22, 2024

domingo, fevereiro 18, 2024

Roda Viva: Lair Ribeiro.

 


O Brasil é para fortes. É tanto complexo de vira-lata que sinto vergonha alheia.

Amar é para os fortes.


 

sábado, fevereiro 17, 2024

Benigno in Paradise.


Você ouve esse episódio do Ciência Suja e depois assiste esse stand-up e pensa como o conhecimento pode ter fazer dar gargalhadas. Tem de ser muito inteligente para encontrar esse caminho no humor. Adoro Igor.

 

quinta-feira, fevereiro 15, 2024

O pacto da branquitude, Cida Bento.


Comecei, há algum tempo, mesclar a leitura de livros de literatura com livros teóricos, porque preciso ler todos e nem sempre são livros que eu quero ler... lendo um e outro, encontro mais interesse na leitura do que ficar só em um. Percebi isso e já separei as próximas cinco duplas de livros. Preciso ler os livros que comprei nos últimos anos para poder comprar a biografia do Tupac e de Lebron James. Estou com tanta vontade de ler esses dois que acho que vou bater a meta antes do fim do ano, bem na época da feira da USP, lugar de comprar livro caro.

Este é um livro introdutório dos estudos que Cida Bento vem fazendo desde a década de 80 no Brasil e eu recomendo para quem quer entender um pouco mais sobre o que é o pacto da branquitude e como ele afeta toda uma sociedade que se deseja democrática. Cida traz alguns exemplos bastante didáticos no decorrer do livro, para demonstrar como e porque a branquitude trabalha nas organizações de modo a colaborar com a estrutura social racista que temos nos dias atuais. Segundo Bento, a meritocracia é uma arma bastante eficaz como modo de afirmação da supremacia branca e, por isso, penso que é preciso ter olhos e ouvidos atentos para não reforçarmos a ideia de democracia racial, que muitas vezes vejo como um embrião (ou verme) dessa ideia de que merecemos o que temos porque lutamos muito.

Há algum tempo atrás, eu quis escrever um livro chamado "Vivendo com um homem branco". Esse livro de Cida Bento me faz reacender o desejo, mas o desejo de ler a biografia de Lebron me faz ter preguiça de começar qualquer empreitada de escrita. Quem quiser saber histórias que possivelmente sairiam no livro, vai ter que conviver comigo. É o jeito.  

Cida Bento

 

terça-feira, fevereiro 13, 2024

domingo, fevereiro 11, 2024

Um beijo.

Sabe quando alguém faz algo sem você pedir ou dizer nada e acerta completamente? Aí você não cabe em si de alegria e dá gritinhos de prazer, a pessoa percebe e continua fazendo, só para te fazer feliz.

Isso é a melhor coisa do mundo quando acontece e aconteceu comigo ontem. Eu flutuei. Estava deitada no chão, mas o céu ficou muito perto de mim quando aconteceu.

Não consigo parar de pensar (e sentir) a sensação que tomou meu corpo inteiro quando ele repetiu mais de uma vez aquela coisa que eu gosto e ele nem sabia, mas fez. 

Eu poderia viver uma vida inteira só com a lembrança e com a vontade de que isso acontecesse de novo, um dia. Bastaria para acordar sorrindo em dias com chuvinhas amenas. 


quinta-feira, fevereiro 08, 2024

Ei, Migh, quer casar comigo?

Ando apaixonada por mim que as pessoas estão percebendo. Tem aquele que descobriu que eu só queria compromisso comigo e ficou zangado. Teve aquele que não entendeu qual a vantagem de se namorar consigo mesmo e foi embora. 

E teve aquele que ficou ao lado, esperando uma pequena chance de provar que o amor dele é de verdade.

Mas é certo que eu estou casada comigo e agora é com aliança e tudo. Não estou com a mínima vontade de me separar ou me trair. Creia. 

Incômodo.

O mais legal é descobrir que o que me afeta muitas vezes é porque mexe com coisas dentro de mim que eu não quero mexer e nem sempre é porque eu escondo. Pode ser só uma estratégia mesmo, para continuar, fingir que não está vendo e só ir, seguir adiante.

Tem muita lucidez em fingir que não sabe, não quer, não viu, não entendeu. Pode ter, não é mesmo? E muitas vezes que a gente está reclamando que a outra pessoa fez uma coisa que a gente considera horrível é porque toca na gente, expõe a gente, a gente reclama dizendo que ela fez aquilo e aquilo é péssimo, mas a gente só se dói assim porque tem um pouco da gente também naquele jeito de dizer e de fazer, a gente só sente desse jeito que arde porque fere em nossa carne, não dá nem para ter dúvida.

Se a gente reconhece isso, fica mais simples respirar um pouco mais fundo para lidar com esse outro que é espelho e que pode ser feio. A gente não está preparada para se ouvir dentro porque a gente pode não gostar do som, é disso que a gente corre o tempo todo, mas a gente diz que está correndo de outras coisas.

Eu choro porque nem sempre eu consigo, eu fico cansada. Quando eu descubro que tudo está aqui e está em mim, a cabeça pesa e eu só queria um tempo, ou outro tempo, aquele tempo em que eu ainda pensava que estava tudo na outra pessoa e eu colocava na conta dela (assim como as pessoas fazem comigo).

Você tem medo do que? 

domingo, fevereiro 04, 2024

Antonio Obá, Revoada.


Eu não quero comentar mais nada, só registrar que sou muito mais feliz depois de ter visto as obras de Antonio Obá. Obrigada por existir.

Antonio Obá