Você que me lê, me ajuda a nascer.

sábado, novembro 28, 2020

Manhã perfeita.

Yoga, molhar plantas, ouvir Liniker (Intimidade, umas duzentas vezes), fazer café, sentir cheiro de café, ler Buchi, tomar banho, varrer a casa, receber uma ligação dele de bom dia.

E pronto, o dia já pode acabar.

quinta-feira, novembro 26, 2020

Breve miragem de sol.


 Lindo, lindo, lindo.

Fácil.

Ella Mai canta

love is easy, easy, so... don't make it hard

Pois então tá bem. Tão simples que até sem ler inglês se sabe, aha.


All we got is here and now
Why won't you let your guard down? 
I'm just tryna show you how 
Love is easy 
So don't you make it hard

Mas que nada.

No meio de uma reflexão intensa sobre a vida, o amor e a morte, eu quase-triste perscruto o silêncio e ele

Olha a uva sem caroço, mãe

Lembrei do almoço a fazer e já não há tempo para tristezas. O mundo concreto com suas fomes e afazeres me consome. É disso que gosto.

Sou feliz, então. 

Roy Decarava.







                                  Roy Decarava
 

Forty Year-Old Version.


 

Amei, amei.

quarta-feira, novembro 25, 2020

Ouvindo Adah.

Aí ela me disse

Só que, apesar da rigidez de sua conversa consigo mesma, Adah ainda queria ser amada, queria sentir-se casada de verdade, queria ser cuidada (Cidadã de Segunda Classe, Buchi Emechetta, p. 84)

Eu vi assim que tudo bem.

Pérolas, aos poucos.

Caminhar é deixar espaço para o outro passar, me contou Geovana. Eu não estou louca, não. Me deixa.



Inteira.

Para que eu seja eu, tenho de ser inteira. Seja inteiro e inteira você comigo também.
Como é isso? Eu cá não sei de você, mas sei de mim. Ser inteiro é estar presente, atento e forte. Lembra Fernando Pessoa, dizendo

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Por aí, por aí.

terça-feira, novembro 24, 2020

É, não dá pra ser linda sozinha.

Nem eu.

Há dias do mês que nem eu me aguento. Quero ficar no mais dentro de mim, não quero estar em mais lugar nenhum. Porque sei que posso ser amarga ou dura, posso ser boba ou posso chorar por nada, e aí eu me escondo em mim.

Não sei se todo mundo tem isso, não é triste nem dói, só parece que só eu me entendo e ninguém mais. 

Ninguém mais.

Eu sei bem o que eu queria nessas horas, mas acho que ninguém sabe, por isso não espero e fico só comigo. Depois que passa, parece passado. E é bobo, e eu rio. Muita gente até tenta descobrir, mas é difícil quando é algo que não se diz (porque também não se sabe). 

Nem eu.

segunda-feira, novembro 23, 2020

Meu coração é alimento.

Quando fazemos amor
Meu coração de ouro pendurado, fora de mim, balança
E às vezes, muitas vezes, só às vezes, 
Encosta em sua boca macia
E por ela é engolido
Eu vejo tudo isso num segundo muito rápido quando abro os olhos para espreitar o prazer
Meu coração é alimento
E sacia

Meu coração mastigado, finalmente, encontrou um lugar para nutrir-se de amor e paz.


domingo, novembro 22, 2020

Vai com calma.

Não precisa pressa, nem nada.

Vai com calma

V a i  c o m  c a l m a

Devagar e sempre, lembra?

Sem aperto no peito, sem medo, sem.


De coração aberto, mesmo sem rumo certo.

Eu vou, porque sim.


sexta-feira, novembro 20, 2020

quinta-feira, novembro 19, 2020

Água de Barrela, Eliane Cruz.



Há algum tempo quero ler este livro, só agora é que consegui terminar. Em certo sentido, lembrou-me a narrativa de "Um defeito de cor", mas acredito que aqui a história me soa mais autêntica, uma vez que a autora traz reminiscências de uma história familiar - entremeada com a história do Brasil, algo que eu gostaria de ver mais diluído, assim como no outro livro citado - para dar conta de escrever sobre sentimentos tão nossos relacionados à escravização e a forma como fizemos para continuar vivas num país que até hoje não se decidiu se dele fazemos parte ou não.

Não tenho muito o que dizer, talvez porque agora não seja o tempo em que eu esteja interessada em ler sobre os temas relacionados no livro. Não quero dizer com isso que ele não deve ser lido. Aqui não me ocupo de uma resenha organizada nem nada, é muito fácil achar essas coisas aí pela Internet, com pessoas muito mais tarimbadas do que eu. Aqui ocupo-me de sentimentos, sensações, falo como leitora, como alguém que se encanta com a palavra mais do que com roupa nova.

E o que eu quero ler, então? Estou assim inclinada para livros como "Um casamento americano", que falei aqui. Coisas como As Alegrias da Maternidade ou... vou ler o novo de Obioma. Me falaram muito bem de Torto Arado, de Itamar Vieira. Estão todos na lista, como sempre. 

Tenho ao lado da minha estação de trabalho, todos os livros de literatura que preciso e quero ler. Vou ler, vou contar aqui.

Eu sempre digo leiam tudo, porque eu li tudo que me chegou às mãos quando eu não podia escolher e isso me formou leitora. Escolham, leiam, não gostem, mudem de ideia. Mas nunca deixem de acreditar nas palavras.


                                                                                                                Eliane Cruz

quarta-feira, novembro 18, 2020

Facebook: Cracking the code.


 

Sim.

E quando fazemos amor e promessas
Esquecemos das dores que nos afastam da felicidade
E inventamos um mundo novo, cheio de belezas e sorrisos doces

Acreditamos só no que nos faz bem 
E sentimos prazer pelo abraço suado 
O olhar cúmplice, a gargalhada certa


Do amor que sai pelos poros quando você vive o instante.

terça-feira, novembro 17, 2020

segunda-feira, novembro 16, 2020

Declaração.

Ele disse 

Acho que temos objetivos semelhantes

Ele não sabe, mas, essa foi uma das coisas mais amorosas que já ouvi minha vida inteira (quase igual à "quer água?", que ele quase sempre pergunta também).

Nunca desconfie de quem te oferece água. Essa pessoa realmente presta atenção em você. 

Será?

Será que dá para viver junto pelo sentimento? Pela saudade que invade, pela vontade de ficar perto? Quanto tempo dura uma vontade de encontrar, ficar perto, conversar, dar risada, sem nenhuma obrigação?

Será que a gente consegue? Sem pressão, sem forçar a barra, sem controle, sem querer agradar o mundo. Só pela vontade de passar um tempo junto, fazendo nada ou fazendo o que se quer. 

Será que dá? 

Eu quero assim. Falei para ele

eu quero casar com alguém se um dia eu acordar e sentir que já não quero ficar longe dela muito tempo

Será que existe isso? Eu vejo que sim, eu sinto que sim.

Especialmente agora, eu sinto que sim. 

Das coisas que apaixonam.

Perguntar se dormiu bem;
Beijar e abraçar o tempo todo;
Beijar minhas costas quando me abraça;
Dormir conversando, acordar conversando;
Rir das coisas mais bestas;
Elogiar roupa, batom, sapato e cabelo;
Ler blogs;
Perguntar "quer água?";
Pôr a música que você gosta para tocar (mesmo que ele não goste tanto);

Das coisas que apaixonam, ele conhece todas. E eu nem preciso dizer que amo pessoas inteligentes.


domingo, novembro 15, 2020

O começo da vida II: Lá fora.




 

Amor.


 

Mar de amor.








Alguém ainda tem dúvida que eu amo o mar?
Amo o mar
Amo o amor
Adoro palavras com mar dentro, palavras e nomes. 
Mar
AmorAmar

Eu não quero mais.

Ás vezes eu só queria que a música 

Eu não quero mais conversa
Com quem não tem amor
Gente certa é gente aberta
Se o amor chamar, eu vou

... fosse lei na minha vida. Mas nem sempre é possível, porque tem coisa que só vem quando outra pessoa também diz sim. Outra pessoa ou outras, não precisa ser a dois, mas tem de ser mais de um. Amor é coisa de juntar, é afeto da partilha, sonho que se sonha junto, é realidade. 

Pedido.

Respirei (suspirei) fundo, enquanto assoprava a vela dos 40 anos. Pensei bem sentido

que aconteça o melhor

Eu nunca sei o que será melhor, não completamente. Eu deixo um espaço para o acaso, para o imprevisto. Eu sofro, eu choro, eu sorrio, eu acho que ainda dá tempo de ser feliz.

O menino negro, de Camara Laye.


O prefácio do livro nos conta a história da recepção do livro à época em que ele foi escrito e publicado. Percebe-se que, ainda hoje, é difícil encontrar livros escritos por pessoas negras que não possam ser uma descrição de uma vida simples e doce, tranquila, leve. 

Que coisa, não?

Camara escreve sobre sua infância em Kouroussa, ainda Guiné Francesa, possessão que depois voltou a ser Senegal, como antes de 1882, ano em que deixou de ser Riviérs du Sud. Confusão, né? Colonização e imperialismo é isso aí, não é para entender, é sobre dominação. 

A infância em casa, um lugar onde "o maravilhoso era familiar" (p. 18) traz até nós a relação de Camara menino com cobras, terra, mãe, chuva, campo, irmãos e pais. 

[...] esse mutismo das coisas, das razões profundas das coisas, leva ao silêncio; mas basta essas coisas terem sido evocadas, e sua impenetrabilidade reconhecido, para que delas fique um reflexo nos olhos: o olhar do meu tio Lansana era singularmente penetrante quando pousada em alguma coisa; na verdade, era raro que pousasse em alguma coisa, permanecia fixo nesse sonho interior perseguido indefinidamente nos campos (p. 43) 

O livro me lembrou também uma conversa que tive com um amigo guineense sobre "mutilação masculina". Ele olhou-me com espanto, porque nunca tinha pensado que sua circuncisão poderia ser vista assim. Eu apenas estava utilizando o mesmo nome que dão ao que acontece com as meninas e que aqui chamamos mutilação feminina. Engana-se que os prejuízos são apenas de um lado. Esse assunto é para outro dia, não é? Não, porque eu não vou escrever sobre isso. 

O livro é lindo, eu leria de novo, para uma criança, todo dia um pouquinho. Lembro do livro de Baba, que escrevi aqui e o de Thiong'o. Acho que gostei ainda mais desse. Recomendo demais. Uma vida fantástica e maravilhosa deveria ser coisa ordinária na vida das crianças todas do mundo.

Falei.


                                                                                                                       Camara Laye 

 

sexta-feira, novembro 13, 2020

segunda-feira, novembro 09, 2020

Meia noite, quase uma da manhã.

Preciso acalmar meu coração. Preciso aceitar que a beleza, a alegria e a doçura não são exclusividades minhas. Elas estão por aí e as pessoas as conhecem com outras pessoas, em outras histórias e viagens.

Acalma, coração. Vive o que há para viver, sorri, acredita, não espera. Só vive. Nem sempre quem te ajudou a chorar é a pessoa que vai segurar sua mão quando você acordar no meio da noite, com medo da solidão.

quinta-feira, novembro 05, 2020

Alfazema.


 

Corpo Elétrico.


 

Férias.

Estou aqui, bem acordada, esperando ela chegar. 

Será que ela entra pela porta da frente ou de mansinho sorrateira espreita a janela do quarto?

Estou de olhos, ouvidos, de sentidos bem abertos. Pode vir.

Vem, férias. 

segunda-feira, novembro 02, 2020

Tudo sinto.

Sabe uma coisa te dizendo que não vai dar? E sabe quando você não quer ouvir e só vai? Vai. Tropeçando, caindo por cima de você e indo, indo.

Algumas palavras ficam ecoando no meu ouvido e não querem ir embora; curiosamente, são as palavras que doem que ficam, fazem morada, são os silêncios, as respostas que nunca vem. São as coisas que acompanham a sombra do que não vai dar.

Agora eu sei mais do que antes sobre mim, acho que isso vai me ajudar a ir e, no fim, chegar num lugar seguro, em paz, dentro de mim.


Saudade.

Eu gosto tanto dessas fotos, não sei porque nunca pus aqui. Saudade de minha amiga Sandra, tirou as fotos e me faz tão feliz.





domingo, novembro 01, 2020

40 anos.

Quase quarenta e ontem, quando novembro começou, me peguei pensando em tanta coisa da vida, o sono não veio. Ele veio, mas eu espantei, com todos os pensamentos de medo, coragem, alegria, tristeza, todos juntos dançando em minha frente, fazendo graça.

Achei engraçado ainda sentir tudo isso, achei mais graça ainda acreditar em sentir, procurar por sentir. Amar querer sentir. Tudo verbo de uma vida de verdade.

Onde nascem os fortes, Ep 1-4.


 

Black Lives Matter.


 

10 jours en or.




 

Ruth e Alex.