Você que me lê, me ajuda a nascer.

domingo, fevereiro 28, 2021

Surpresa.

Um carro parou, alguém me olhou, meu amigo perguntou

Quem é?

Eu sei lá, ninguém sabe que estou aqui, quando venho para cá é para relaxar

Risos, a conversa continua.

Ele aparece na porta e eu fico sem jeito. Porque ele sabia, né, ele sabe tudo.

E chegou assim, me deixou alegre e me sentindo a pessoa mais querida do mundo. Mesmo sem tanto chamego, mesmo sem beijos calorosos de amor, ele veio só para me dizer

Estou aqui

E tá bom, tá ótimo, tá perfeito. Eu amo o amor.

A partilha.


 

El otro hermano.


 

sábado, fevereiro 27, 2021

sexta-feira, fevereiro 26, 2021

Jess Vieira.

JESS VIEIRA

GAMA (DF), 1992

Jess Vieira é artista visual por intuição e comunicadora por formação. Desenvolveu habilidades artísticas de maneira autodidata. Segundo a artista, encontrou nessas expressões um meio para solver suas reflexões e descobertas pessoais. Retrata o feminino diverso, com técnicas em aquarela, bordado e materiais de estímulo tátil, enquanto os intitula como ansiolíticos naturais.





Só(u) louca.

Ouço a música que me diz

porque para entender de amor, é preciso amar

E eu vejo um bando de gente querendo me dizer o que é o amor, gente que nem deixa o amor encostar nelas. Me deixe, viu?

Amor não é paz, amor não é caridade, amor é amor, pronto e acabou. Se não sabe o que é, é porque não sentiu. Simples assim. 

quinta-feira, fevereiro 18, 2021

Mas.

Só que viver junto não é só delícia, não. Viver junto é querer tudo de alguém, é parar de imaginar que sempre vai ser 

é tão legal quando eu te vejo, a gente se diverte tanto

Não, não.

Viver junto é um mas a toda hora e tem que ficar tudo bem. Se não for assim, qual é o sentido de acreditar que pode dar certo? 

A gente cria expectativas demais, final feliz demais, a vida não é assim. A vida é nó na garganta, palavras que não dizemos, dores que carregamos, a vida é intensa, não para e sempre, a vida junto é tudo misturado, riso e choro, e eu amo você no fim.

Tem uma frase naquele filme, O filho da Noiva, o personagem de Darin procura a namorada que rompeu com ele e diz 

mas eu quero você, com todos os seus problemas

E é isso que todo mundo precisa para viver junto. Acreditar que pode ser ela mesma e não vai ter fim só por causa de um dia ruim. Saber que ela é importante mesmo no meio de uma tempestade, saber que uma zanga não vai destruir os dias engraçados e as noites dormindo abraçado.

Com paciência, amor pode ser o mas também, a conjunção adversativa que liga as pessoas e coisas e objetos e fim.

Quando amor for tropeço, topada, remédio e cura, quando amor for não ir embora, aí a gente conversa.

terça-feira, fevereiro 16, 2021

Cansaço II.

Um pouco cansada de sentir, saiu em viagem e foi para o Recife.

Nunca mais voltou. 

Luta, luto.

Sou alguém que passou uma vida lutando contra a saudade. Eu morei em muitos lugares e para trás ficaram amizades e amores, eu fui dizendo para mim mesma que sentir saudade ia doer muito. Aí, eu fingi tanto não sentir que passei a sentir pouco, quase nada. 

Eu achei que agora, quieta no meu canto, sem rodar mundo, poderia dar lugar para a saudade. Passei a invocar seu nome quase todos os dias. Falar, cantar, sonhar, repetir. 

Ainda não sei se devo ressuscitar essa sensação de verdade. A gente tem que aprender a ler os sinais e entender os limites das coisas que já existiam antes de nós. A saudade, se chegar, não vai resolver nem parar de doer. Nem ela, nem minha cabeça. Nem o coração. 

sábado, fevereiro 13, 2021

quarta-feira, fevereiro 10, 2021

The trial of the Chicago 7.


 

O Espírito da Intimidade, Sobonfu Somé.


Li esse livro que eu já conhecia faz é tempo. Li depois de ter lido o livro de Noguera sobre o amor. Fiquei curiosa porque lá eu li:

De acordo com os dagara, amar é escutar. É preciso aprende a ouvir as próprias necessidades, mas também as da pessoa amada e as exigências da intimidade. Para conhecer o amor, é necessário, antes de tudo, conhecer a si mesmo e ao outro (p.  24).

Para os dagara, mais do que viver um romance, amar é um percurso de intimidade (p. 25).

A intimidade é o nome verdadeiro do relacionamento amoroso (p. 27).

Lendo sobre tudo isso, autoconhecimento como palavra-chave para o amor me agrada demais. Acho que, se eu sei de mim, se posso falar de mim e do que sinto, como sinto, para a pessoa que amo, é um dos maiores presentes que posso oferecer em vida. Eu tento sempre sempre sempre fazer isso e, mesmo quando eu não consigo, eu sei que estou tentando. Nem sempre sei de mim mas, quando sei, falo e repito. Eu me sinto bem.

O livro fala da importância da água para os rituais de cura para o povo dagara, povo o qual a autora faz parte. Isso é tão forte para mim. Fiquei lembrando de como eu preciso de água.

Eu gostei muito do livro, muito embora não goste tanto do capítulo que se dedica a falar dos homossexuais, ao final, como se estivessem  à parte. Não sei, não gostei dessa ideia, me incomodou. De resto, acho que o livro tem muitas pérolas ao longo do texto. Mandei algumas delas para pessoas que amo.

Quando os problemas aparecem, temos a tendência de esquecer a base forte do nosso relacionamento. É bom voltar aos tempos em que nos unimos ao nosso parceiro, quando o espírito nos aproximou (p. 117)

Algumas vezes, acostumamo-nos a nossos problemas. Preferimos alimentá-los e damos espaço para que cresçam em nossa vida. Ficamos apegados a eles e não queremos que nos deixem; tornam-se um peso para aqueles que escutam falar sobre eles, que ficam sem saber como reagir (p. 112)

Muitos casais, no Ocidente, preferem romper a relação a lidar com certas questões. Problemas que não foram resolvidos em um relacionamento, não desaparecem simplesmente porque vamos embora. Eles aparecem sob uma nova forma, em nosso próximo relacionamento. Toda vez que partimos, levamos os males dos relacionamentos passados para o próximo. Um dia finalmente e acordamos. Pomos um fim ao problema e começamos o processo de cura (p. 124).


                                                                                 Sobonfu Somé

domingo, fevereiro 07, 2021

A paz dura pouco, Chinua Achebe.


Minha amiga Geisa disse que ama ler escritora, escritor nigeriano. Como dizer não? Rapaz. Já tem tanta gente falando bem de Chinua que eu só vou postar aqui e dizer que é isso mesmo. Oxe, não tem como não gostar, não. Esse é o terceiro livro que eu leio dele e já estou com o quarto engatilhado, mas eu tenho uma fila de livros, que está sempre sendo furada, mas por mim, não devo nada a ninguém. 


                                                      Chinua Achebe
 

Malcolm e Marie.


 

Distúrbio.


 

Ere - O jogo dos Orixás.

 Rapaz, é coisa massa nesse mundo.




Contagion.


 

Parker.


 

sexta-feira, fevereiro 05, 2021

Difícil é não brincar.




 

Na íntegra.

Eu quero estar inteira, sempre. Eu gosto de me sentir eu, confortável, dentro de mim. Na íntegra, inteira, entregue, sem medo, sem reservas, sem roupa, sem palavras, sem mais. 

Estar inteira não é fácil, mas a gente consegue perto de pessoas que não tem medo de tentar. Que não freiam sentimentos e pensam muitas vezes antes de dizer sim ou não. Eu preciso de mais, outras precisam de menos (e outras não sabem do que precisam). 

Mas eu sei o que eu quero e o que eu posso ter, com amor.


quinta-feira, fevereiro 04, 2021

O que eu mais quero.

Eu queria saber mais sobre mim, para oferecer às pessoas tudo que sou, tudo que tenho aqui. Acho que às vezes posso ser irritante e estranha e chata e algo que nem eu mesma reconheço, porque não sei dizer o que sinto. Eu sei dizer, mas não sei se quero, e o que eu mais quero é poder caber dentro de mim quando estou do lado de alguém que quero amar, ficar perto. 

Não é fácil e eu queria saber o quanto sou eu, nunca sei. Alguém sabe o quanto é seu quando não dá certo, quando empena, quando não vai? Eu nunca sei. Fico achando que partes de mim por aí se esqueceram de voltar para casa e ainda estão passeando pelo mundo porque acredita em verdades sussurradas, em beijo com mão na nuca, em olhos fechados. 

Não sei se eu inteira vou voltar um dia para mim.

La memoria del agua.


 

terça-feira, fevereiro 02, 2021

Praia.

Quer me fazer feliz? Fala assim

Migh, vamos à praia?

Meu coração sorri inteiro só de pensar no sol. Na água. Amo passar o dia inteiro dentro da água. Parece que só assim estou completa.

Há dias que só quero fazer meu coração sorrir.

segunda-feira, fevereiro 01, 2021

Migalhas, Simone.


 

Eu te amo.

A música que Cássia Eller nunca pareceu tão linda e certa como agora.

Sou inquieta, áspera e desesperançada
Embora amor dentro de mim eu tenha
Mas eu não sei usar amor, não
Às vezes arranha, feito farpa

Eu gosto tanto disso, parece tão eu. Eu sinto falta de dar amor, de mostrar amor, de falar amor, de dizer eu te amo. Você não sente falta de dizer eu te amo?

Eu te amo eu te amo eu te amo

Eu sinto mais falta de dizer eu te amo do que ouvir eu te amo, é tanto amor que transborda de mim que eu queria poder dizer mais, todo dia e sempre. Pode ser que seja hoje, sol na cabeça e sozinhez. Pode ser que amanhã eu acorde com ouvido de eu te amo. Hoje agora, eu sinto falta de dizer, de encontrar um lugar em que me sinta à vontade para ser apaixonada, para fazer loucuras de amor, para ser presente e inteira, para sonhar. 

Sempre passa, não se deve ficar à mesa se o amor não está sendo servido.

Eu não quero mais ser da sua vida
Nem um pouco do muito de um prazer ao seu dispor
Quero ser feliz
Não quero migalhas do seu amor
Do seu amor 

Canta uma Simone que aprendi hoje.

Silvia's Love.