Você que me lê, me ajuda a nascer.

quarta-feira, agosto 28, 2019

Vazio.

Se eu escrevesse aqui as coisas que eu faço para espantar a saudade vocês iam rir muito. Ou iam chorar, lembrando um dia em que sentiram saudade grande.

Um vazio enorme, dentro e fora, nas poucas coisas que ficaram por aqui espalhadas. 

Vai passar, óbvio. Mas tem um buraco imenso aqui dentro que não é de agora e esse, não diminui nem vai embora. 

terça-feira, agosto 27, 2019

sexta-feira, agosto 23, 2019

quinta-feira, agosto 22, 2019

Milada.


De volta ao bom tempo.

quarta-feira, agosto 21, 2019

Fotografia.

Ele me disse

Eu tirei uma foto sua, numa passeata, no ano passado

Eu nunca vi a foto, ele disse

Ficou linda

Eu sorri sem jeito. Lembro da passeata, eu nos microfones a dizer minhas leras por aí. Nos encontramos quase todos os dias há dias e só hoje ele vem me dizer isso. Eu precisava mesmo. 


segunda-feira, agosto 19, 2019

Objeto entregue ao destinatário.

Meu coração foi embora, apartou-se de mim. 
Hoje, não vou sonhar com ninguém.

domingo, agosto 18, 2019

Histórias do Canal.


Makun.


Tão linda, ainda mais porque Oronho segura minha mão.

sexta-feira, agosto 16, 2019

Um homem negro.

Escrevi para ele um conto e queria que fosse o último dos meus últimos tempos. Estou cansada de procurar, queria ficar quieta e só sorver a beleza que é ter alguém para escrever poesias manhãs e noites, sem precisar me ocupar com mais nada.

O conto foi escolhido e é dele porque foi ele quem me fez parar e acreditar que eu posso ser companhia para alguém, ainda que difícil, chata, teimosa e turrona. 

Não sei se ele vai saber disso algum dia, mas ele já sabe de muita coisa. Talvez nem precise mesmo, quem precisa desse amor que eu invento sou só eu.

Muzumbuda.

Ando com sono, com vontade de ficar dormindo mais tempo do que o de sempre. Acordo, faço o que tenho de fazer e do que não posso fugir e volto pra cama, quietinha no meu canto. 

Durmo, me enrosco em mim. Me faço carinho, me abraço e me lembro quem sou e o que já fiz na vida. Mesmo sorrindo e alegre por tudo isso, ainda quero ficar mais um pouco só comigo e em mim, sozinha, como uma criança que há tempos atrás chorava esperando por sua mãe na escola. Mesmo depois que ela já sabia que a mãe voltaria, ela me olhava e dizia:

tá bom, mas posso chorar mais um pouquinho?

Pode, eu posso chorar mais um pouquinho, mesmo sabendo que o amor existe, que ele não acabou, que o amor é mais e é meu, que eu vou ficar bem, que vai passar, mas só por hoje, só mais hoje, eu vou ficar no meu cantinho, quieta, ouvindo meu coração acalmar e minha respiração ofegante e apaixonada deixar de me sufocar.

Ainda bem que foi o amor quem me sugou as forças e não outra coisa, ainda bem, porque a energia que foi volta renovada e eu sei, amanhã vai ser sempre melhor. Eu sei. Eu acredito assim. 

quinta-feira, agosto 15, 2019

A vida não para.

Eu não quero ficar sozinha. Lueji (03 anos e 4 meses) me disse

vamos ficar juntas

E eu a abracei. Que linda, que linda. Eu quero ficar junto, bem pertinho, pezinho encostado quando deita na cama, abraço quente e apertado durante a noite, eu quero me dar, quero receber, quero sim. Porque não? 

Eu aceito amor sim, me dê pra você ver.

Não me diga, não. Me diga sim. Fique comigo, me goste, me queira, me deixe te querer, vamos ficar juntos. É difícil viver junto, né nada. Difícil é viver só.

Eu não vou embora.

Sabe de uma coisa?

Descobri que é muito difícil conviver com quem te diz o que você não quer ouvir, mais do que tudo. Parece ser mais fácil ouvir uns xingamentos e ver que ela nos bloqueou. É mais fácil do que você dizer oi e ela te dizer o que você evitou de ouvir quando brigou com ela da última vez.

Eu fico, eu não vou embora. Se falar comigo, eu respondo. E falo o que penso, o que sinto. Choro, reclamo, por mim. POR MIM e pela pessoas, porque as pessoas que passaram pela minha vida não são descartáveis e eu no mínimo gostei delas. Então eu não vou embora, não.

Se não falarem comigo, não responderem, eu não procuro (ou pelo menos, demoro muito), mas se me disser oi eu vou dizer tudo que está aqui dentro da minha cabeça. Não mexa com a minha língua. 

Quer fingir que nada aconteceu? Me deixa quieta, não fala comigo. Simples assim. 

Constatações.

A cada dia que passa, eu me sinto mais fortalecida. Duas crianças lindas me disseram muitas belezas nesses últimos dias. 

Sinto falta de ouvir a voz delas. Sinto saudades, sinto vontades. 

Quero me apaixonar de novo.
Quero amar de novo.
Quero viver sem medo. 


Bico.

Dizem que quando o bico do peito coça tem alguém pensando em você.

E quando o peito aperta, é o que?

Ninguém me ensinou como desistir, então sigo. 

quarta-feira, agosto 14, 2019

Dor.

Dói aqui, mas não precisa doer lá. Guardei no céu da boca as palavras duras que pensei em dizer quando senti o fel da tristeza como sombra se instalar em mim.
Não resisti. Entreguei-me a ela, escura que era lhe confiei segredos, certa de que me entenderia e logo iria embora ao me ver esperançosa, corajosa, impetuosa, feliz.
Qual nada. 

A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim

Chorei, chorei e choro. Não tenho vergonha e choro. Tenho muito orgulho da mulher que me tornei, daquilo que faço por amor e do que acredito. Tenho muito orgulho do que defendo e pelo que vivo. Não vou desistir. 

Clima.

Ainda tinha sol lá fora quando aqui dentro já fazia frio em mim. Quando jazia em mim uma vontade de amor.
E agora, que o frio toma conta de tudo, fora e dentro, eu me pergunto, que há de ser de mim, sem proteção?
Vou-me embora, encolhida dentro de mim, refazer. 

segunda-feira, agosto 12, 2019

Pássaros.

Me dá a mão, eu quero voar
Segura bem forte, não vamos cair
Não olha pra frente, o sol pode te cegar 
Olha pra mim, no meu olhar escondi um pouquinho do laranja do nascer do sol.

Eu quero voar junto, mas só podemos se formos livres
Eu não sei pedir, me ensina o que eu não sei
Me ajuda a encontrar um pouso, tem paciência comigo
Quando eu sorrir contando piadas velhas 
Pra mascarar as dores novas 
As feridas que se abrem umas em cima das outras.

Acredite em mim quando eu te disser que quero 
Eu já fiz tudo que era possível e pensei que já tinha um sim 
Mas, não.

Eu vou voar por aí.
Quem sabe, um dia. Quem sabe. Nem sei de mim. 

domingo, agosto 04, 2019

Noites.

Não conto mais os dias. Conto noites.
Quantas noites faltam?
Quem sabe direito? Conto a noite que dormirei em seu abraço ou essa já não precisa?
Conto essa de hoje que me atravessa sozinha novamente ou essa também já está contada?

Não sei.
Nunca sei, mas continuo contando.
Sou adicta dos números faz tempo. Conto os tempos, quanto já foi, quanto já falta, quantos corações, quantas zangas, quantas gargalhadas, quantas esperas, eu conto as noites.

Contarei então todas as noites em que estaremos descolados do corpo um do outro, porque sem isso não serão noites, serão vígilias de um corpo que espera afoito por um abraço e um cafuné, um cheiro breve no cangote.

Sonha conosco

Eu sonho, mas nem preciso fechar os olhos pra isso.

Shaft II.


Shaft I.



Moved by you, India Arie.


Você ouviu a música que te mandei?

De India?

Como ousa chamar a deusa pelo primeiro nome? Tem outra música dela que me lembra você, fala assim, eu me movo para você, até você

Você acaba comigo assim


quinta-feira, agosto 01, 2019

Centrípeto Amor.

Eu te quero para mim
Por dentro e inteiro
Te quero junto 
Perto ao peito
Você, meu amor centrípeto
Que me puxa para dentro 
Que me empurra para o interior de mim, onde eu me encontro e me vejo 
Quando me vejo descubro que é você quem eu quero
Junto, dentro, perto ao peito
Meu amor centrípeto