Você que me lê, me ajuda a nascer.

terça-feira, julho 29, 2008

Vou ali pra Goiânia que lá faz 33 graus todo dia e é aqui pertinho, não tenho mais roupa de frio, brrrr, grrrr, vou pra ver Eleeee*, vou pra conversar até tarde, dormir mal, beber muito, sorrir, vou-me. Congresso de Pesquisa Negra. Morte à mídia tosca. Meu Vitória Futebol Clube tão bom no campeonato, mas tu procura uma linha nos principais jornais e sites de esporte e não acha nada, pode, Zé? Deixa pra lá. Coisa tão tosca que no Nordeste, e creio que em outras regiões também, as pessoas torcem pra time da cidade e para um time do Rio de Janeiro e outro de São Paulo, por que passa na TV', e as pessoas querem participar do show, né, bem? Não tenho carro e talvez esteja falando besteira, mas queria saber para que serve aquela ponte ali na Marginal Pinheiros. Do nada para lugar nenhum, leva o nome mais uma vez de um dos grandões da mídia paulista: Octávio Frias (que fria!); São Paulo é assim, com ponte que leva o nome ou do grandão de um jornal ou de outro, para não chatear nenhuma vertente da mídia tosca e conservadora. Mas sei lá, talvez sirva mesmo só para levar o pessoal que mora ali do outro lado do rio fétido (esse ninguém se preocupa em arrumar) para o Shopping recém-construído. Já repararam como aquela parte de São Paulo está a cara de Manhattan? Coincidência pouca é bobagem, e até canal fétido tem. Depois eu falo mais sobre isso. Ná foi embora, morar no interior da BA, melhor para ela, e o mundo agradece, mas nossos coraçãoezinhos aqui em São Paulo, uma classe de 34 crianças, chora. Ninguém tem tranças tão longas e frases pequenas e tão perfeitas como Ná.

segunda-feira, julho 28, 2008

Se toca.

Quase choro, quase-quase choro. Mãe de aluno meu que conseguiu emprego como zeladora da escola onde o filho estuda veio todafeliz me comprimentar com a roupa do trabalho novo, assoviou lá de cima e disse ó, fessora, Mostrando a roupa. Falei parabéns, seja bem-vinda Mas depois quis chorar, por que sei quanto ganham, e sei das dificuldades. Ela depois, na hora de buscá-lo na saída me disse essa roupa tá folgada em mim, mas na verdade, ela não me cabe, de tanta felicidade que eu tou Funguei, me segurei no choro. Mas ela me explicou, não quis chorar mais fessora, é melhor ganhar pouco e sempre que muito num mês e nada no outro Entendi, me acalmei. Foi como quando numa aula de História na PUC a professora quis falar de mercado informal e eu agoniada pedindo a palavra lá no fundo da sala, disparei sabe o que é, vocês não entendem nada. o cara que tá ali, a moça, prefere trabalhar vendendo cd' e dvd' pirata por que ela vai tirar mais do que ganha com carteira assinada e ainda vai fazer o seu horário de trabalho, não vai precisar mentir quando vai no médico, não vai precisar se preocupar com patroa chata no pé, roupinha de doméstica, essas coisas, o mercado formal não absorve todo mundo e aqueles e aquelas que são absorvidos e vidas não ficam contentes de saber que o que vem pra mão deles e delas é metade do que ela realmente ganha na carteira, Eu de minha parte, prefiro conversar com o pessoal da limpeza e da cozinha da minha escola do que com muitas professoras. Posso falar besteira, posso ouvir conselhos e não me preocupar de ter sempre razão, posso ser criança, por que somos iguais. Quando disse que queria uma roupa daquela para não gastar minhas roupas no trabalho, uma das senhoras me disse oxente, professora, você é mais, num queira isso pra tu não Mas eu queria que ela entendesse que eu não tinha vergonha delas por que estavam vestidas daquele jeito, e que eu não ligava de me vestir do mesmo jeito, sabe o que é, você tem que usar a mesma arma que te apontam, se eles por aí pensam que eu tenho vergonha de morar na periferia, eu vou usar camiseta com cem por cento zona sul, se eles acham que eu tenho vergonha de ser professora e trabalhar por amor, vou sair dizendo para todo mundo que amo ensinar, se eles acham que eu vou ter vergonha de ser negra, mulher e baiana, aha, estão enganados: como é que eu posso ter vergonha de pertencer ao grupo de pessoas que mudou/ construiu (e continua fazendo isso) o mundo, o Brasil, a humanidade? Mesmo assim, tem horas que eu canso. Ontem no ônibus um garoto de uns quinze anos, de oclinhos, cara de intelectual, uma graça, passou vendendo bala de goma. Muito polido, educado, poderia estar fazendo qualquer coisa num domingo à tarde, mas estava ali oferecendo bala de goma num ônibus, negro lindo, mas tem que trabalhar no domingo, chorei, chorei sem querer chorar, fico assim. Não dá pra aguentar sempre. É o mesmo quando encontro um menino de uns 10 anos, ele estuda mas no horário que não vai pra escola ele vende bala nos terminais, a gente conversa, mas ele sempre desconfiado por que eu me interesso tanto por ele, mesmo quando tou de mão dada com um moço eu fico de blá blá blá com ele, ele não entende. Nem eu.

quinta-feira, julho 24, 2008

Das minhas impossibilidades.

Não conseguir não chorar, não conseguir não me importar, não conseguir não ouvir música sempre, não conseguir me irritar se me ligam às seis da manhã, não querer morar em outro país, não entender as pessoas que trabalham no que não gostam, não gostar do contato com adultos em demasia, não conseguir esconder o que sinto, não ligar de parecer criança (por que ser criança é a melhor coisa que existe), me apaixonar mas não morrer de amor, não quero casar por casar, minhas limitações todas não conheço, e ah, quero deixar o cartesianismo de lado, ele já morreu e eu aqui querendo catalogar impossibilidades, o racional é irracional como o irracional tem suas lógicas, salve todas as maneiras se de chegar a algum lugar ou a alguém, intransitivo das possibilidades.

Eu gosto de você não é imperativo de nada. De nada. Mas as pessoas ouvem essa frase e ficam atordoadas, paulada certa, mas não é um contra parede, é só um sentimento, sentimento só. Foucalt já escreveu sobre isso, livro As palavras e as coisas, e como certas palavras são carregadas pelos valores que nós impomos sobre elas, as palavras não são neutras e nem devem ser, mas também não são rótulos prontos, as palavras são livres, estão aí e são intencionalmente usadas, as palavras

eu gosto de você

Parecem dizer, no nosso mundo mesquinho-capital-atual

e aí, vai encarar, vai me assumir, vai casar comigo, tou carente, o que você pode me oferecer, eu gosto de você, e você, e você?

Quando deveria apenas querer dizer

eu gosto de você e ponto.

É só coisa bonita, e só coisa de quem não quer nada, mas precisa esvaziar o peito de tanto gostar, de alguém que precisa dizer mais e sempre o que sente, pra espalhar no mundo coisa boa, pra sorrir e fazer mais gente sorrir só por ver sorrir, pegar na mão, abraçar, fazer carinho.

E viva João, nasceu João, o menino mais lindo que julho poderia trazer pro mundo. João, nome que dá samba, dá poesia, dá e dança, na luz linda de um começo de fim de tarde de sexta-feira. João merece ser feliz, e eu mereço conhecer João. E, quem sabe, João mereça conhecer minha filha.

25.06.2008

Um dia eu chego lá, um dia poderei cantar

Se eu ganho na feira Feijão, rapadura Pra quê trabalhar? Gosto do campo e o ômi não deve se amufiná

Filosofia de vida suprema.

quarta-feira, julho 23, 2008

Essa é de chorar, de fazer coração grande ficar pequeno de felicidade de ser eu. Sentada no refeitório, vejo de longe garoto que foi meu aluno há quase quatro anos atrás, ele era um bebê e não parava quieto, mas ali, na fila do almoço não sei se ele se lembraria de mim, agora com seis anos conversava despreocupado com seu professor de percussão, acho que não ia me ligar, nem ia saber quem sou. Sentei, comecei a almoçar, e senti uma mão pequenina tocando meu cabelo. Ele disse professora Estava de costas, me virei, não acreditei. Era ele, ele me dizendo, oi, professora Nunca fiquei tão sem jeito depois de um oi, ele me olhava com toda a naturalidade do mundo, meu almoço ali esfriando e eu só conseguia dizer ma-mas você se lembra de mim? Ele com um naco de carne na mão, na maior tranqüilidade me dizia hum-hum, lembro de você, você foi minha professora, eu argumentava mas você tinha dois anos E ele nem-aí, continuava dizendo hum-hum como quem dissesse e daí, lembro de você, é isso que conta, sua boba, não me pergunte por quê e nem como, lembro-lembro. Virei-me novamente, com os olhos marejados, não queria que ele me visse chorando, mesmo sendo criança ele me acharia uma boba, boba por chorar de coisa tão bonita. Ainda choro quando escrevo aqui. Não preciso de mais nada, mas ainda tenho alguém que me diz não vou deixar de te amar, assim como você não vai deixar de ser migh, faça o que você fizer. assim é a vida, né? ______________________________________________________________________ 23.07.2008 Falem o que quiserem, mas as mulheres são as melhores. Tava eu, esperando a peça começar, saguão do teatro, veio uma senhora, sei lá, um jovem senhora, tava com as amigas, no meio dos meus amigos e amigas, parou tudo, me disse A gente tava aqui te olhando, você é linda, muito linda, tudo E me olhou de novo, fiquei sem jeito, agradeci. Outra vez na hidroginástica, outra jovem senhora, me disse Você tem uns olhos bonitos, um sorriso também, acho que os meninos que te namoram gostam disso em você, quando você sorri seus olhos ficam apertadinhos Não fiquei sem jeito, fiquei pensando se era comigo ou se tinha a ver com o papo que a gente tava levando, depois me toquei que era comigo, e na verdade fiquei surpresa com a sinceridade limpa, bonita, depois dizem que as mulheres são invejosas, falácias, é só mais uma generalização idiota, essas mulheres maduras são prova disso, a gente sabe reconhecer uma moça todalinda quando vê ela. Não sou modesta, por que todalinda como sou, fica difícil ser. Mas o que eu queria escrever aqui é que a vida é simples, que coisas pequenitas é que fazem toda a diferença na vida, coragens como essas é tudo que a gente precisa num fim de dia cansado e cinza, tudo muda depois de um todalinda, eu tenho certeza. _______________________________________________________________________ Disse pra ele eu tenho medo de ficar dura, de endurecer por dentro aqui nessa cidade Ele me abraçou forte e suspirou, me apertou e disse você não vai ficar dura, por que tem medo Apertei ele mais ainda, apertei o olho pra lágrima não rolar, dizem que homem não gosta de ver mulher chorando, é uma pena, eu sempre choro, quem me conhece sabe, mas aprendi a chorar sem fazer com que os moços fiquem com pena de mim, eu choro e sorrio no fim da lágrima, eu digo, não se preocupe, sou boba, choro à toa, aí os homens não ficam chateados e me apertam mais forte, o segredo é chorar se tem vontade, não pra impressionar, chorar quando a lágrima vem, por que com lágrima e dor não se brinca, tem que deixar ela ir, sair, esvair, pra morrer nos travesseiros por aí, por ali mesmo, pra não levar pra rua, pra fora da vida, pras coisas de outras coisas, enfim. E ele me disse mais, eu também disse mais, mais do que pensei ou dizer, não sei se mais do que devia, não jogo o jogo do mesmo jeito que as pessoas jogam, eu abro o jogo, depois vejo o que acontece. Me disse você é doida, você não existe, deixa eu te beliscar pra ver se você está aqui E eu disse doida por que, só por que digo o que sinto? E ele que nem era especial, num final de semana se tornou o homem da minha vida, meu príncipe, meu hóspede, meu marido. Não quero mais nada, mas acho que nem quero mais ele, não sei o que fazer com tanto sentimento, precisaria ligar pra ele de cinco em cinco minutos para esvaziar metade do coração de amor, mas não posso, ele não tem telefone, ou não quer ter por que é especial demais, vai saber, eu não quero saber, na verdade, nem queria sentir, mas isso é coisa difícil pra menina sonhadora que nasceu no sul da Bahia e veio pra cidade grande por causa de amor tardio. Preciso esvaziar de amor, por isso escrevo, escrevo pra ele, cartas que não sei se chegarão, se farão efeito, se terão sentido, olha eu aqui chorando de novo, um choro pequeno, simples, que passa rápido, é só o tempo de molhar pedacinho do rosto, passou, falei pra ele Vai passar, vai passar, é só não mexer com isso que passa, não resisti, te liguei, tava com saudade, não consegui cumprir meu próprio trato (e eu sei que quando não consigo cumprir com os tratos que faço é por que perdi o controle, e se perdi o controle, acabou o mundo, o meu mundo regulado, o que eu faço?) Sempre acho que nunca mais vou sentir essas coisas. E tou eu aqui de novo, abestalhada. Alguém aí que me lê, pode me ensinar a viver? ______________________________________________________________________ Nem contei aqui, é pessoal demais, conheci Eduardo Coutinho, dei beijo e abraço nele, disse que tinha foto dele no meu quarto pendurada no mural, ele disse É na minha idade, eu posso ouvir essas coisas e Foi assim, ele lembrava de mim, da carta que eu tinha mandado pra ele faz um ano mais ou menos, é bom se chamar Mighian. Eu fico com a beleza da resposta das crianças, eu leio uma coisa dessa aí de baixo e me emociono, serei eu de outro mundo? é preciso resistir às crueldades do mundo, visível nas relações predatórias dos homens e entre eles e naquilo que desintegra e separa, lembrando que rir, sorrir, brincar também é resistir. Essa forma de resistência chama-se esperança (Morin, 2000)

terça-feira, julho 22, 2008

Sumida.

e é muito fácil amar uma pessoa (você, por exemplo), mas é muito difícil deixar que uma pessoa conheça todos os nossos medos, inseguranças, desejos, fantasias... Em geral, a pessoa que sabe essas coisas é a pessoa com a qual estamos juntos, de quem não conseguimos nos separar. Me falaram isso faz tempo. Nem te ligo.

terça-feira, julho 15, 2008

Quero escrever nada por agora. Nada por agora.

quarta-feira, julho 02, 2008

Dois de julho.

Dois de fevereiro. Dia de Yemanjá. Dois de julho. Dia de todos os santos. Adoro dois, mas adoro três. Sumi não, tava escrevinhando por aí coisas que não se pode escrever por aqui. Bem, não é que não se pode, é que ainda não está pronto. E depois, tem uma coisa, estava em greve, então, sem contato com os seres que me inspiram dia e noite, fiquei assim, pobrezinha das palavras, e ademais, disse um dos entrevistados no documentário O Fim e o Princípio, por Eduardo Coutinho o cabra que diz tudo que sabe fica besta Mas a que eu gosto mais é quando Moisés pergunta Será que eu sei tudo que eu sei? E tu, sabe? Hoje na sala, grande discussão filó-teoló-gica: Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? E toca a criançada a elaborar histórias sobre o mundo, o começo do mundo, o fim do mundo, deus, diabo, jesus e os dinossauros, todos num saco sem fundo só. Depois ainda me perguntam por que é que eu sou feliz. Eu, pra provocar, digo mas a árvore que tinha no jardim do éden, sabe como se chamava? árvore do conhecimento! quer dizer que o conhecimento é pecado! Um de lá arrisca Alguns são mesmo, professora, mas eles esqueceram de dizer e colocaram que todos os conhecimentos são, esses que a gente aprende na escola pode, outros é que não pode Mas agora o que me toma o coração é o pensamento são as crianças de dois anos me revelando o mundo, me ensinando a ter paciência, eu fico chateada com esses brinquedos que inventam pra criança, são brinquedos que reproduzem essa realidade chata que a gente vive, tem casinha do Tarzan (que além de tudo reproduz um monte de preconceitos), tem pazinha e enxada pra trabalhar na terra, argh, criança não trabalha mas brinca de aprender a trabalhar, como é que pode? Por isso que criança brinca com coisa que pra gente não é brinquedo, é pau, pedra, nuvem, estrela, brinca de carrinho com caixa de papelão, brinca de esconde-esconde dentro do armário, faz reino de faz de conta debaixo da pia, tira panela e é feliz, olha pra você e sorri, e você com a cara mais brava do mundo pega na mão dela e manda ela sentar pra ir pensar no que ela fez (e se você tivesse a capacidade de entender o que aqueles olhinhos marotos querem dizer, ia entender que ela diz, pensar no quê, eu sei o que eu fiz, adultos burros esses todos). Pumba, criança cresce achando que imaginação é coisa de subversivo, maluco, e que pensar, ah, pensar, é castigo, é coisa-ruim que vem como paga por ter tirado as panelas que encobriam a entrada da caverna debaixo da pia. Depois fico pensando no meu ofício; na verdade, o que é uma professora? Alguém que estuda estuda pra fazer uma criança deixar de ser criança! É só o que eu faço o tempo todo, ensino horas pra sentar e levantar, ensino os bons modos do mundo dos adultos, digo para elas que o mundo delas não serve para nada, que elas têm que crescer. O que é que a gente diz quando ela consegue levar a comida à boca sozinha? ah, que linda, parece uma mocinha E quando ela chora querendo brincar mais um pouco? vou te levar pra sala dos bebês, você é bebê Respire fundo, tem mais. Por que depois de tudo isso, fiquei ainda pensando, quem sou eu, então? Uma criança que alguém mais velho ou mais velha ensinou a deixar de ser criança! Agora fico por aí, órfã pela vida toda, perdida, por que não sou velha, não sou nova, gosto delas, elas me entendem, eu queria dizer pra elas que eu sou de paz, que vou tentar não atrapalhar a festa, mas deve ser muito difícil acreditar em qualquer pessoa com mais de cinquenta centímetros, eles fazem alguma coisa, qualquer coisa e já vem aquela voz lá de cima dizendo, pára menino, desce, menina, vem aqui, ah, que chato, que chata, eles e elas nos olham com um olhinho dizendo, puxa, de novo, eu confiei em você, e você ralhou comigo de novo, como é que pode, você não deixa de ser adulto nunca nessa vida, relaxa um pouco, vem brincar de tirar panela debaixo da pia, é tão bom descobrir a entrada da caverna! A gente se irrita, não aproveita o momento, e, ainda por cima, achamos estar certos e certas o tempo todo com relação às crianças. Quanta petulância, meudeus, quanta ignorância. Somos nós é que precisamos das crianças, pra continuar vivendo, e não o contrário. Não se enganem. Me acham rabugenta? É normal Sim, por que sou uma adulta doida de vontade de voltar a ser criança. Só as crianças ainda me toleram nessa vida.