Você que me lê, me ajuda a nascer.

domingo, novembro 30, 2014

Rabujice.

Eu me divirto com pessoas originais. Parece que me apaixono mesmo por aquelas que, mesmo parecendo chatas, são sempre elas mesmas. É assim agora, quando ele fala diz que é ciumento mas gosta de todos os meus amigos.

Ele é rabugento mas põe o prato de comida com arroz e frango a la Guiné pra mim, um prato de louça e ele come no de plástico. Pergunta se quero suco, se quero água. Mas com a cara amarrada, que ele não pode deixar de ser rabugento.

Reclama se eu atraso, reclama se eu não vou, se eu não falo. Mas me pede pra ficar me abraçando forte. Eu gosto dele, eu gosto disso. Prefiro rabugentices sinceras a flores descaradas. Alguém que não diz a mais, mas diz tudo que sente. 

Ele fala e fala

Eu falo o que eu tou sentindo, eu sou assim

E eu não digo que não gosto. E gosto mais ainda quando digo que vou viajar e ele reclama

Você entra na minha vida e já vai embora? Isso você acha certo?

Contagem Regressiva.


Lumumba, a morte do profeta.

Vejam o trailer aqui.

terça-feira, novembro 25, 2014

(Má) Educação.

 Ato I

Eu, sentada no bandejão central, minha bolsa pendurada em outra cadeira. A moça chega, eu tiro, ela nem olha pra mim e diz:

Tem alguém aqui?

Eu digo não.
Ela diz:

Se você quiser deixar sua bolsa aí, eu não me importo

Eu digo:
Mentira, você nem olhou pra mim, como pode dizer que não se importa? Quanta "educação"

Ato II

Eu no metrô, esbarro na moça, seguro nela, estou quase caindo. Tenho olhar em seus olhos, mas ela abaixa as vistas. Eu digo, segurando a mão dela:

Desculpa

Ela responde:

Magina!

Eu digo:
Magino, magino sim. Magino que você odiou que segurei sua mão.

segunda-feira, novembro 24, 2014

Abraço.

É quando ele te abraça forte e diz

Não quero te fazer sofrer, eu tenho irmãs, sei como vocês se sentem quando são enganadas. Não posso fazer isso contigo

... que você entende que ainda é possível se entregar de novo, num abraço. 

terça-feira, novembro 18, 2014

segunda-feira, novembro 17, 2014

domingo, novembro 16, 2014

Amizade, ilha de amor.

Ela me escreve, me acalma, me dá na cara:


Vocês não tem um romance virtual, tudo entre vocês foi muito real, e, na boa, é normal que vocês se falem. Internet é mais prático e barato. Mas tu que sabe


Não preciso ouvir mais nada.

sexta-feira, novembro 14, 2014

Sobre ser pai.

Dificilmente vejo vídeos no Youtube. Mas esse me fez seguir até o fim, mesmo com as lágrimas. Vivo reclamando quando dizem que a "mãe é mais importante" na criação de uma criança. Não tem ninguém "mais importante". Todo mundo que faz parte da vida da criança é importante, deixando marcas de todos os jeitos na vida delas. 
Admito que, por conta do machismo, que faz com que nós sejamos vistas como inferiores é que repetimos essas afirmações, porque é bem certo querer ser "mais importante" em alguma coisa, para compensar o machismo (já tinham pensado nisso? Eu só penso nisso. Quando te dizem que você não tem poder, a única coisa que você quer é salvaguardar aquele pouco que você tem).

Bom, mas lá vai a história, que copiei do blog Ser mãe é padecer na Internet

Pai que perdeu a guarda do filho para a mãe do menino se veste de mulher “para ver se a justiça me enxerga”, diz

RITA LISAUSKAS

11 Novembro 2014 | 14:39



A justiça está acostumada com pais fujões ou com aqueles que não pagam pensão. Mas não entende homens como o cineasta Pedro Diniz, 54 anos. Ele criou o filho, Lucas, desde que o menino nasceu, em 2005. A mãe nunca quis saber do garoto, mas tinha liberdade total para vê-lo – o que quase nunca fazia, segundo o pai. Pedro, que também cuidou dos quatro filhos do primeiro casamento após a separação, organizou-se para ser o melhor pai que Lucas podia ter. Trocou a vida de microempresário pela de professor universitário para poder se dedicar ao caçula: “Fiz isso porque precisava ter tempo para meu filho”, lembra. E foi assim até quando o menino completou 7 anos e a mãe decidiu então que queria ficar com Lucas. “Quando ela casou com um empresário, veio me oferecer um apartamento em troca da guarda dele”, conta. Pedro não aceitou a “proposta” e foi ameaçado: “Ela mandou que eu me preparasse, porque ia entrar na justiça”. E assim foi. A mãe de Lucas não estava mais em Goiânia, onde o menino nasceu, e sim em Vitória, no Espirito Santo. Pedro e o filho nunca saíram da capital de Goiás. “Lucas nunca tinha morado com a mãe. Em Goiânia tinha a escola, os irmãos e os amigos que o conheciam desde bebê. Mas a justiça nem me ouviu: deu a guarda para ela”, lembra.

Pedro recorreu, mas antes de ser ouvido pela justiça a mãe de Lucas apareceu de surpresa para visitar o filho. O menino estava na rua brincando com o pai e alguns amigos. Em um momento de distração, ela levou o menino com a ajuda do atual marido: “Foi uma daquelas cenas de cinema. Eu entrei em casa por um instante e ela arrastou meu filho para dentro de um carro que saiu em alta velocidade”, lembra, com a voz embargada. A vizinhança gritou, o pai se desesperou. Fez boletim de ocorrência e, ao procurar a justiça, teve dificuldade que entendessem que ele e o filho tinham sido vítimas de violência e de alienação parental: “Eu ouvia sempre que se o menino estava com a mãe, então estava tudo bem!”. Ficou nove meses sem notícias de Lucas.

Em um de seus momentos de desespero e durante esse período, fez um vídeo e postou no You Tube. Nele, sua voz grave e decidida contava a Lucas tudo o que estava passando, mesmo sem saber se o menino algum dia iria assistir à sua declaração de amor: “A essa altura de quase 9 meses sem vê-lo, vários são os momentos que têm me feito lembrar de seus sete anos de vida ao meu lado”, dizia. O vídeo está sendo sempre reeditado e atualizado e hoje, dezoito meses depois do menino ser levado pela mãe, conseguimos ver como Pedro ainda luta para reencontrar o filho. Durante sua investigação solitária, embarcou de ônibus para a capital paulista. Assistimos ao pai na estrada e depois pegando trem, metrô e passando seis horas na frente do prédio onde o menino morava com a mãe e o padrasto. Ele interfonou. Telefonou. Não foi atendido e no final do dia embarcou de volta a Goiânia. Pergunto quantas viagens já fez em busca de Lucas, que ele já sabe que não está mais em São Paulo. “Perdi a conta”, diz, pensativo. Está na estaca zero de novo. Nos últimos dezoito meses, Pedro conseguiu ver o filho por apenas 18 minutos, em uma das audiências que a justiça marcou. Neste período, apenas um dos seus milhares de telefonemas foi atendido. “Falei por telefone com o Lucas por oito minutos. E só.” O direito de passar as férias com o filho nunca foi respeitado e a justiça, mesmo sendo avisada disso, nada fez, segundo ele.


Pedro e Lucas juntos: foto foi tirada nos 18 minutos em que passaram juntos nos últimos 18 meses

Esse pai é apenas mais uma vítima de alienação parental, violência silenciosa praticada na maioria das vezes pelas mães que tentam afastar os filhos dos pais, geralmente depois da separação do casal. Pedro Diniz acredita que a justiça não dá valor para os pais responsáveis. “Os homens de terno não entendem o amor que os pais podem ter pelos seus filhos. Mas eles não são eternos. O tempo os mostrará que os homens de hoje sabem cuidar dos seus filhos. Aprenderam com as mulheres”, filosofa no vídeo. Pelo telefone fala comigo, agora indignado. “O sistema está todo errado. Eu vou bater nessa tecla enquanto eu respirar”.

Estamos em novembro de 2014. A cada nova pista, Pedro embarca em busca do filho. Mas agora, entre uma viagem e outra, vai também a Brasília pressionar pela aprovação do projeto de lei que determina que toda a guarda seja compartilhada entre pai e mãe, com direitos e deveres iguais. O PLC 117/13 tramita há dez anos no Congresso Nacional, mas ainda não tem data para ir à votação. “Enquanto ele não é aprovado todas as decisões da justiça favorecem a mãe. Ninguém enxerga o pai”, desabafa. E por isso Pedro abriu uma página no Facebook chamada Novo Homem, para discutir alienação parental e guarda compartilhada. No alto da página está uma foto de Pedro com sua barba e cabelos grisalhos, mas também com brincos bem femininos e anéis. “Por que decidiu se mostrar ao mundo assim?”, perguntei. “Pra ver se vestido de mulher a justiça me enxerga”, desafia.

Não consegui postar o vídeo, mas na matéria tem. Vejam lá!


Tanto, Aline Frazão.



Tanto

É tanta luz aqui que até parece claridade
É tanto amigo aqui que até parece que é verdade
É tanta coisa aqui que até parece não há custo
É tanta regra aqui que até parece um jogo justo
É tanto tempo aqui que até parece não há pressa
É tanta pressa aqui que até parece não há tempo
É tanto excesso aqui que até parece não há falta
É tanto muro aqui que até parece que é seguro

Tanto tanto
Na embriaguez de um canto
É tanto tanto faz
Que ninguém sabe quem fez
Mundo gira mundo
Mundo vagabundo
Não olhe senão vês

É tanto pausa aqui que até parece não há esquema
É tanta história aqui que até parece um problema
É tanta festa aqui que até parece sexta-feira
É tanta dança aqui que até parece a das cadeiras
É tanto flash aqui que até parece que ilumina
É tanta frase aqui que até parece que resolve
É tanto ecrã aqui que até parece um grande evento
É tanta força aqui que até parece um movimento

É tanta coisa aqui que até parece não há custo
É tanta regra aqui que até parece um é jogo
É tanto excesso aqui que até parece não há falta
É tanto dano aqui que até parece ninguém nota

Tanto tanto
Na embriaguez de um canto
É tanto tanto faz
Que ninguém sabe quem fez
Mundo gira mundo
Mundo vagabundo
Não olhe se não vês

quinta-feira, novembro 13, 2014

Feliz noite, meu amor.

As palavras aqui, na tela, cravadas. E eu olhando para elas, sem querer que o sentimento me encha os olhos. A música que ouvi a tarde inteira que me lembra a gente, o cheiro, as palavras doces, estou a vir, não dorme. 
Há um medo - ainda adormecido - de que tudo isso me deixe completamente embriagada de paixão. 
Eu deveria não esperar que ele acordasse. É comum que alguém igual a mim queira só repousar um pouco, depois de tantas viagens. 

segunda-feira, novembro 10, 2014

Ponto (e vírgula).

Ele se foi, mas não me deixou sozinha.
Estou cheia. Plena. De ideias, de alegria, de sorriso, ah, o sorriso que ele sempre me pedia e que me disse quando estava já indo, calçado, vestido, sentado na cama

Como vou viver sem teu sorriso?

Se ele não sabe, eu menos ainda. Eu não sei, mas também não quero saber. Ele me disse não querer (me) perder. Ele não me perde se eu não me perco, eu não tenho medo de perdê-lo porque sei, senti, vi seu sentimento por mim. Mesmo quando ele não dizia. Aliás, aprendi a ver quando ele não dizia. Talvez eu precise aprender mais sobre isso, sentir sem ver, olhar no olho e já entender, tudo. Da gente, do futuro é pedir muito, porque sim.

Não sei direito se estou sentindo o que devo, se deveria sentir mais ou menos, o que deveria sentir. Uma experiência intensa de amizade que é quase amor que a gente fica tonta quando se diz boa viagem. Foi uma história, com sentimentos que nunca vivi. Não saber como sentir, duvidar, desconfiar de mim. Sentir, sim.


Pinheiros.


sexta-feira, novembro 07, 2014

quarta-feira, novembro 05, 2014

segunda-feira, novembro 03, 2014

Um desejo antigo.


Simpatia, quase amor.

Quer um café?

Não quero que levantes, fique aqui comigo

E me inundou de alegria essa bobagenzinha dita assim por nada, do nada, no meio do filme. Porque eu gosto de mimos assim como ele, que gosta e que também me faz. Como da vez que ele disse

vem aqui, toma café junto a cama, quero te ver, já vais embora e fico sem ti

Suspiro fundo e choro quando ouço Latch de Sam Smith em versão acústica, sem nem me atentar para a letra, mas que é também uma letra que parece com o que eu sinto. Não estou preocupada com o que vai ser, quem me lê aqui sabe que nunca estou. Estou mais preocupada em sentir.

Sentir é melhor do que saber

Mas é que as coisas que ele me diz, são tão coisas que eu quis, eu esperei, que não sei. Não sei como alguém entra do nada na sua vida e diz coisas como

Quero te dar um abraço

Na hora certa, que desconcerta. E pensar, às vezes você fica um, dois anos com uma pessoa, e só quer que ele te diga certas coisas, mas ele nunca diz. E não vai dizer, não sei porque. E não é que me arrependo de outros, de tentar sempre, é só pra dizer como a vida é incrível e como cada dia eu sei que não dá pra dizer não para imprevistos que eu escrevi tudo isso.