Você que me lê, me ajuda a nascer.

sexta-feira, janeiro 31, 2020

sábado, janeiro 25, 2020

quinta-feira, janeiro 23, 2020

Ser professora.





Acervo da Laje, com os amores e amoras da minha vida

terça-feira, janeiro 21, 2020

segunda-feira, janeiro 20, 2020

Minha preta.

Jeito mais sensual de chamar pessoa do mundo. Tem coisa mais gostosa, não.

Tem dia que você quer companhia e beijinhos e cafuné sem pedir muito, só ir encostando na pessoa e ela vem. Você espera não ter de dizer muito e ela entender, que bom, se tu tiver alguém no mundo assim, seja feliz. 

Minha preta é coisa linda de viver e de prazer.

quarta-feira, janeiro 15, 2020

Vida, sua louca.

Como é que pode, coisa mais paradoxal, passar a vida sem viver, criando (e recebendo, assumindo, sentindo, levando...) pesos que nos machucam, pesos que nos comprimem, deprimem, nos amassam. Vamos celebrar a vida e viver o que é para viver, não o que nos faz morrer. 

Se o nome é vida, porque a gente associa tanto à morte? Vida, coisa que movimenta, que faz abrir o olho, acordar, porque a gente só guarda o que dói, remói o que não vingou? O que não deu fruto? Se é vida, porque guardar a folha seca e não regar a planta?

Porque a gente é burro ou porque a gente é besta? Porque a gente não sabe viver ou porque não deixam? Eu mesma não sei. Há dias que eu só quero ficar na janela e olhar o mar, mas eu deveria agradecer por ter uma janela para apoiar o braço e um mar lá longe para olhar. Eu deveria agradecer, mas estou reclamando? Não também. Fico com vergonha de ser feliz e ficar bem se tem muita gente triste e deprimida do meu lado, isso também não é de matar?

É sim, tudo é, mas muita coisa pode ser de viver, se a gente acreditar que dá. Eu não sei como fazer, mas ando interessada em descobrir como a gente consegue. Como a gente desconsegue, eu estou cheia de exemplos por aí, por aqui, aqui perto. Eu já sei de cor, eu ouço essas histórias, eu sinto, eu sei. Meu negócio agora é saber como dá certo, porque isso ninguém conta, ou muita gente não liga. As pessoas vão se atropelando, mas esquecem de explicar como fez dar certo, como está viva, como não sucumbiu, como se vence, como está de pé. 

Não morrer, a gente combinamos. Minha amiga Nanci diz, nem morrer, nem adoecer. Vamos ficar juntas. Eu acredito mais nisso aí. Não sair atacando tudo e todos, parar, respirar, ouvir. Fazer graça com o que não tem graça? Talvez. Desconcertar. Ser errada, se constranger, chorar, voltar atrás, se confundir. "Parecer" louca, "ser" louca. Não ter compromisso com uma lógica, não ser perfeita. Não se importar com o que não tem importância nenhuma. Deixar para lá. Deixar as pessoas. DEIXA. Não querer mais do que as pessoas podem te dar, do que as coisas e lugares podem te dar. Não querer leite de pedra. Querer leite de mãe, quando a mãe tem leite. Se não tem, não tem e é isso, vai ver o que tem por aí. Sai da casca, toma na cabeça. mas não se trate mal nem se machuque pelo que não existe.

Não existe nada perfeito nem nada que vá resolver nossa vida por completo. Então, lição número um, não queira isso, simples. Te disseram não? Se você quer um sim, vai atrás. Se não importa, fala POR MIM. Não remói. Vai embora. Não fica. Escapa. Não entra em briga que você não precisa. Tá com dúvida? Espera, dorme um pouco. O sono, ele é curativo. Sono é coisa negada para quem tem de viver correndo e é sempre associado à depressão. Mas às vezes seu mal é sono. Descansa, relaxa, se dê esse direito gostoso. Durma, descanse e depois decida. Ou não. Mas durma. É gostoso.

Cuida de você e depois briga de novo. A vida não acaba nessa coisa que tu tá querendo muito agora como se fosse morrer se não conseguisse. Tem mais vida depois, e durante também.
Tudo isso vale. Só não vale desistir, não faz isso. Desistir é sair da brincadeira, não vale. 

Viu, vida, sua louca.  

terça-feira, janeiro 14, 2020

domingo, janeiro 12, 2020

A praia e eu.







Eu não quero saber de mais nada, ainda mais quando você vira papel de parede por aí. 

sábado, janeiro 11, 2020

quinta-feira, janeiro 09, 2020

quarta-feira, janeiro 08, 2020

segunda-feira, janeiro 06, 2020

Viço.

As plantas de casa andam viçosas, tesas de tão vivas, molhadas de água e sossego.

Quem me dera ser planta, eu já disse. Um viço de vida sem tamanho e sem medo.

Me ensina a viver.

Dia cinza.

Descobri que nem todos os dias são ensolarados e com risada espalhada pela casa. Às vezes fica só o dia cinza, que é a cor que eu menos gosto na caixa de lápis de cor. 

Aprendi nesses dias a ouvir mais música, cozinhar uma comida, lavar roupa, fazer novos penteados, ler uma parte de um livro que me emociona, parar. Estou indo. 

Já, já, chego.

Picolé, pintinho e pipa.


domingo, janeiro 05, 2020

sexta-feira, janeiro 03, 2020

quarta-feira, janeiro 01, 2020

Elvira, te daria minha vida, mas a estou usando.


Entre o mundo e eu, Ta-Neishi Coates.


Recebi esse livro de presente de uma amiga e não quero que acabe, como um tanto outros que li.



Mas ele acabou e a sensação de vazio, mas de umas coisas que eu bem sinto quando tenho medo e preciso continuar ficaram aqui. Senti-me acompanhada, mortal e feliz, por concordar muitas vezes com o autor. O livro é uma carta para seu filho que à época tinha 15 anos (há uma bela foto dos dois juntos no final do livro) e é contundente sem deixar de ser amorosa, como pessoas que amam devem ser, em momentos em que é necessário dizer alguma coisa, inclusive em momentos que não se sabe o que dizer, mas que ainda assim é preciso seguir. 

Acabo por lembrar que disse esses dias a essa mesma amiga "acho que ficar grávida é um ato corajoso e eu sempre vou celebrar isso, mesmo com todos os problemas". Esse livro reforça essa minha sensação que é a gravidez, alguém que carrega dentro de si outra pessoa para vir ao mundo, depois tem que alimentá-la, nutri-la com tudo e fazer com que ela saia de dentro, saia de perto, para nascer de novo. 

Tem amor mais bonito que amar e deixar ir, não. 

A verdade é que devo a você tudo que tenho. Antes de você, eu tinha minhas questões, mas nada além de minha própria pele estava em jogo, e isso na realidade não era nada, porque eu era jovem e ainda não via claramente minhas próprias vulnerabilidades como ser humano. Mas estava instruído e domesticado pelo simples fato de que, se eu agora caísse, não cairia sozinho (p. 34).

Ta-Neishi também me lembra algo que sempre sinto, algo que já escrevi e que repito por aí: eu só acredito no corpo, só o corpo é real. Ele diz isso o tempo todo, em como o corpo é a única certeza que ele de que existe e é assim que me sinto também. Eu falava isso e só tinha lido Foucault dizendo algo parecido, então que bom.

Esta é a sabedoria: sabemos que não fomos nós que estabelecemos a direção da rua, mas apesar disso podemos - e devemos - conceber o rumo da nossa caminhada (p. 37).

Então, lá vamos nós, na estrada outra vez.

Quem quer saber mais sobre o autor, ouve essa moça aqui.