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segunda-feira, outubro 11, 2010

Sobre as eleições - Eu voto em Dilma.

Lendo ontem um blog que recomendo (apesar da dona dele já ter sido alvo de críticas mil, gosto dos escritos dela. Umas das poucas moças brancas que conheço preocupadas em denunciar o racismo - aqui e aqui também - existente nas propagandas publicitárias mundo afora, feminista, e outras coisitas mais), fiquei pensando no quanto eu não comento aqui no blog sobre a vida real. Em como me alheio aqui do mundo todo, talvez para me encontrar melhor.
Aí lendo lá lembrei que não declarei meu voto esse ano. Não disse aqui, como não disse nas outras eleições, sobre em que pessoas voto. Bom, quem me acompanha imagina que votei ou apoiei Lula, mas isso não está explícito. Explico: não é que acredite no presidencialismo, nem na democracia que temos hoje no País, mas, se for pra jogar o jogo e escolher, dentro dessa lógica que está aí - que digo, mais uma vez, não concord0 -, voto em Dilma Roussef. Por que não apoiei Marina?
Gosto dela, mas dentro do jogo, ainda não acho que seja a hora dela. Ou talvez também seja eu devorada pela mídia e goste de votar em quem está ganhando. Enfim, mil considerações. Todo mundo arruma motivos para votar em quem vota, e eu acredito que Dilma, hoje, está mais preparada.
O anarquismo me fascina, o terrorismo, e mais alguns ismos. A guerra civil talvez seja a única saída. Mas, repito, dentro do modelo que temos, Dilma Roussef é o que de melhor temos, assim como Lula é o melhor presidente que tivemos até hoje. Espero que muitos outros venham e o superem, mas é inegável sua atuação diferenciada na educação, em bolsões de pobreza, em estados esquecidos, na formação de seus ministérios - que não se tornou um paulistério -, em seu modo de ser, sentir, ouvir, falar, ver.
Claro que tenho nojo da imprensa que temos, e claro que admiro Hugo Chavez (falando nisso, preciso ir à Caracas antes que os EUA queria fazer um revival Allende por lá). É nojento que falem em liberdade de expressão quando elas só fazem divulgação parcial dos fatos, quando não avisam aos/às seus/suas leitores/as que a comunicação que fazem é uma visão das coisas, e não A VERDADE. As notinhas de rodapé dadas ao desenvolvimento econômico brasileiro chega a ser nojento. A atenção dada ao fato que Lula abriu 14 novas universidade federais é mínima, enquanto que palavras de personalidades como José Sarney e Antonio Carlos Magalhães Junior (aliás, é absurdo: o nome do filho e do neto iguais ao do "ACM" Primeiro! Fico pensando se isso não é uma estratégia política para que demoremos a esquecer, na Bahia, dos tentáculos) tem aceemistas) tem cadeiras cativas no quadro de opiniões e debates. Sei que não há como lutar sozinha contra todo um império de informação (por isso é preciso traficar informação, como diz MV Bill); mas sei também que posso votar em Dilma, até por que se a nossa imprensa globalizada diz que ela não serve, é por que ela "serve".
É deprimente constatar que esta imprensa homofóbica ainda trata o fato da possibilidade de Dilma ser lésbica como um "problema". Não li nada sobre isso, apenas uma pequena chamada. Mas sigo achando que ser homossexual não é "bom" nem "ruim", é um modo de ser no mundo, que deve ser encarado como Lembro que quando circularam "boatos" sobre a sexualidade do então prefeito Gilberto Kassab em São Paulo, a mesma imprensa que usa o termo "homossexual" para discriminar pejorativamente disse que era um absurdo "falar de vida pessoal" em tempos de eleição.
Denise Arcoverde dá de presente esse transfer aqui (siga os passos). Todo mundo sabe (ou deveria saber) que não uso camisetas estilizadas, mas essa eu realmente adorei. Não farei, muito embora adoraria andar com ela no Shopping Frei Caneca, um dos muitos redutos da burguesada paulista. Certa vez, assistindo o filme do Luto a Luta no cinema de lá, em véspera de eleição, batemos palma quando umas das entrevistadas disse gostar do Lula. Uma delícia ver a burguesada se remexendo nas poltronas.
É isso, não falei tudo. Mas declarei algumas coisas. Quer mais? Veja aqui e aqui (aliás, nunca disse aqui, mas Marilene Felinto é a jornalista que me faz ter esperança no jornalismo no Brasil), pessoas declarando seus votos.

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