Você que me lê, me ajuda a nascer.

sexta-feira, outubro 22, 2010

Arruda.

Queria ter tempo para registrar tudo tudo tudo que ouço, que vejo. Como o galhinho de arruda na orelha do moço que vende amendoim. Como as duas senhoras conversando e falando sobre o tempo antigo como era bom. Depois queria ter tempo para nominar as coisas todas que vejo, falar sobre elas, refalar. Como Dona Noi, que vai fazendo as coisas e falando, o tempo inteiro. Essas práticas de nossa oralidade que vão se perdendo. Estava com ela andando na rua e ela ia me dizendo olha essa rua é assim, toda coloridinha olha o carro passando essa casa é bem velhinha O tempo inteiro. E eu em silêncio só sorvendo o mais fino néctar de minhas tradições africanas.

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