Eu sou muito grata à vida.
Esse final de semana tive um bebê em casa por quase 48h. Eu sou grata à vida por poder ter essas experiências na vida. Mesmo sem ser mãe, eu fiquei perto de crianças o tempo da vida suficiente para saber que, se eu fosse mãe, seria muito divertido.
E porque eu não sou mãe, muita gente se pergunta. Porque nunca sonhei sonhos sozinha, a não ser aqueles que dependiam (um pouco) mais de mim. Maternidade é coisa junto, eu não sofro sonhando coisas que não conseguiria dar cabo, não preciso sonhar sonhos que sonharam para mim, eu estou bem assim, obrigada. De mais a mais, ainda nem decidi de gosto de crianças ou de filhos/as. Aha.
Já sei dessa conversa toda que o tempo passa e eu tenho 38 anos, o corpo muda e bla-bla-bla. Tá bom, se eu decidir, posso adotar, e é filho/a igual, não tenho nenhuma neura com isso. Uma amiga disse que gostaria de passar pela experiência física da maternidade, eu também acho que seria fantástisco, mas nem tudo que eu quero eu consegui nessa vida, oxe, que posso fazer? Morrer de tristeza é que não vou, há beleza num barrigão e tudo que envolve (e dor e etc também, viu, eu sei), mas há belezas em muitas coisas, eu não vou dar conta de viver todas as belezas do mundo, não.
Com um bebê em casa, eu aprendi coisas que eu não sabia, mesmo vivendo com elas uma vida. O tempo é outro. O tempo não é só meu, como não é quando estou com qualquer pessoa. Acontece que com um bebê, a negociação é intensa e é basicamente à base do choro, ação comum para expressar que alguma coisa não vai bem. Tem o lance também de ser adulta e de me colocar nesse lugar para compreender o que é que toca a mim na situação toda. Isso não deveria me colocar numa posição de poder, mas tão somente me fazer perceber a minha importância - e a importância que ele tem pra mim - no mundo que eu vou tentando escolher viver, que quero menos desigual, entre pessoas de todas as raças, tamanhos e sexos.
Isso é fantástico, porque na escola o tempo não é o tempo das crianças. Não que eu não soubesse disso, mas viver isso assim, na pele, é tão massa. É sentir um pouco do que pais e mães sentem quando não conseguem se concentrar para fazer coisas como ler um texto de 20 páginas ou terminar de escrever um resumo para a faculdade. Fazer coisas que exijam concentração é mesmo difícil. Eu arrumei a casa, eu fiz comida, eu lavei roupa, mas não consegui responder email nem preparar aulas. E nem acho que todas as vezes iria conseguir fazer tudo isso... é só para dizer mesmo que é diferente, e foi massa poder viver isso.
Eu sou feliz por ter amigas e pessoas que me amam. Eu amo pessoas. Eu estou feliz, sendo quem eu sou e vivendo a minha vida. O melhor lugar do mundo é aqui e agora, mesmo com tudo isso que acontece no mundo, aqui e agora. Que bom.
Vou ali tomar sopa.
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