O amor é um troço. Uma parada que começa no corpo (cabeça também é corpo) e termina não sei onde, talvez junto ao coração de outras pessoas.
Eu decidi amar. Não é aleatório nem esvaziado de sentido. É um ato político. Eu, um mulher negra, que cresceu sentindo, ouvindo, vendo dizer que o amor ou não era para mim ou fazia doer, escolho que vou mudar isso. Eu quero que o amor seja uma companhia de paz.
Eu escolho amar para me curar também. Para mim, amor pode ser bálsamo, pode me libertar. Eu quero. Eu escrevi e escrevo todos os dias uma linguagem de código amor porque eu quero que seja diferente para mim. Eu quero ter a opção de amar, eu vou até brigar por isso.
Eu venho de um tempo que vi dores em pessoas de perto e de longe que me diziam "olha, foi o amor que fez isso". Demorei a descobrir que o amor pode ser um caminho feito de nuvens calmas num céu de azul turquesa.
Eu venho de um tempo que vi dores em pessoas de perto e de longe que me diziam "olha, foi o amor que fez isso". Demorei a descobrir que o amor pode ser um caminho feito de nuvens calmas num céu de azul turquesa.
Eu amo muitas pessoas, mas não amo todo mundo. Eu preciso, eu quero. Eu amo amigas e amigos, parentes, amei e amo mulheres, homens, estudantes e professoras/es. Eu gosto de dizer, eu repito sempre. Eu uso a palavra amor pra gastar mesmo, é por vontade de tirá-la desse lugar sacralizado e estéril que eu faço isso. Eu não sou boba, ou até sou (mas o que importa mesmo é que eu acho que não sou). Eu fico triste se não consigo amar, eu me pergunto sempre o que eu posso fazer.
Todo mundo aqui sabe que eu amo o amor. Me disseram que meu tema era amor e eu aceitei que sim. Eu gostei disso (bel hooks é que sabe), eu sou mesmo isso aí porque quero. Sinto enorme satisfação com isso. Não quero deixar de ser assim nem quero aprender nada que não tenha a ver com isso. Por mim, por mim mesmo. Não estou interessada em mudar isso. Talvez seja porque bato o pé a favor do amor que, às vezes, tudo dói muito e uma palavra basta para rios de água correrem em mim.
Eu vivo para sentir tudo e muito e sempre. Então, deixa meu bloco na rua mesmo se não é carnaval, eu quero passar, eu vou passar, eu preciso passar, eu.
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