Eu poderia viver de escrita. Me alimentar dela com algumas doses de água e umas poucas frutas (tá bem, um pedacinho de chocolate com nozes, às vezes).
Eu poderia viver de leitura. Me aninhar nas palavras quando a viagem balança e tudo lá fora está bagunçado (mas eu estou a salvo dentro de uma van com pessoas que conheço de ir e vir, todos os dias, cedo de manhã).
Eu poderia viver de música, o tempo todo, na minha cabeça; no meu mundo ideal, quando eu desligasse meus fones, ainda teria música saindo das caixas de som espalhadas na cidade, a mesma que eu ouvia sozinha.
Eu poderia viver de não fazer nada, só esperando o tempo passar, junto com os bebês. Em silêncio, arrumando ou bagunçando peças de plástico pela casa, tomando banho de mangueira, olhando uma planta dançando no vento que entra pela janela.
Eu poderia viver de amor. Mas isso aí já é muita conversa.
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