Você que me lê, me ajuda a nascer.

sábado, julho 23, 2005

Almost words.

Closer. Adorei esse nome. Não é que tenha gostado tanto do filme. Mas do nome, sim. E da idéia que nem sempre quem está junto é quem se ama. E quem vai embora e diz adeus é quem não ama mais?
- Você já disse adeus a quem se ama?
- Não.
- Porque?
- Porque não se manda embora quem se ama.
Será?
E eu estava ali dançando com a minha saia rodada. E gritei minha mãe e disse:
- Preciso mandar fazer mais umas saias dessas. Pra não ser única, pra não me lembrar mais nada.
E eu queria saber se tu pensa em mim às vezes assim sem querer, como eu ontem indo sentar na poltrona lá no cinema pra ver Sin City me lembrei que você ia gostar de estar ali. Mas eu só queria saber se fosse sem tu saber que eu queria saber, tá sabendo?
O filme supracitado não vai ter comentários porque é bem tudo isso que todo mundo tá pensando que é. MUITO BOM, por vários motivos. Particularmente, adoro filmes que dão um valor especial às mulheres, que conferem às damas o status de estamos-aqui-porque-vocês-existem, e isso o Rodriguez soube fazer muito bem, bebendo no Miller, é claro...
Eu tenho vários insights, quando ando na rua, converso com as pessoas, quando vivo, enfim, pequenas histórias que me dariam boas crônicas, mas que de algum modo eu perco por aí. Procurei nos bolsos, na carteira recheada de lembranças, mas acho que algumas dessas passagens são para mim como aquelas vezes em que estou no show do cantor preferido e não quero tirar foto, só ir depois ao camarim e falar pra ele que foi muito bom, pegar na mão e pronto. Mas ainda assim acho que esse é o trabalho da escritora, que sem cessar observa a vida. Essa coisa de esmiuçar ainda mais os detalhezinhos dessa nossa vidinha, e torná-la menos besta, mais vida. Isso está cada vez me atraindo mais e me absorvendo, mesmo que eu não esteja escrevendo com tanta frequência. É fascinante! Eu me abasteço relembrando de cada conversa travada entre os cafezinhos, de como as pessoas ainda conseguem me surpreender e me fazer sorrir! Será que um dia eu vou me cansar disso?
Tenho feito ultimamente algumas coisas que tinha deixado de lado, como dormir mais, escrever cartas, passar alguns minutos conversando com o pessoal aqui em casa. Por conta do meu probleminha de saúde, eu não consigo ficar parada por muito tempo e não me concentro numa só coisa por muito tempo. Se eu estiver lavando os pratos, por exemplo, e tiver que esperar uma pequena bacia encher d'água, eu vou procurar outra coisa pra fazer, como tirar aquela sujeirinha do fogão, e nisso fico o tempo inteiro. Pra lá e pra cá. Descobri que é esse o meu ritmo, e não, eu não sou só louca. Melhor ainda foi descobrir que uma colega minha tem os mesmos sintomas que eu, ansiosa. A gente nunca se conhece, tsc, tsc.
E a gente nunca sabe o que pensam da gente. No trabalho, eu sou vista como uma garota séria, que abdica da hora do café pra ler uma matéria de jornal, "que cuida de quem gosta". Que não tem paciência pra futilidades. Me surpreendi de novo. Pra terminar, eu sou a menina com "capacidade de amar". Essa é a frase que me ressuscita toda manhã.

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