Você que me lê, me ajuda a nascer.

terça-feira, março 22, 2022

Mudanças.

Ontem eu vi um senhor de 71 anos dizendo uma coisa tão certa.

Nem a gente é o que a gente quer o tempo todo, porque a gente exige isso das outras pessoas, que elas sejam o que a gente quer?

Porque a gente faz isso, porque a gente quer botar as pessoas na caixa que a gente criou e reclama se elas saírem? 

Eu acho que sei. Porque a gente vive, aprende, cai, levanta e a gente só tem a gente. Por isso que a gente endurece e qualquer coisa que trisca perto da gente a gente já está com olho aberto e em posição de ataque para revidar. Aí a gente diz assim, se quiser ficar perto, vai ser do meu jeito. E a gente não acha isso nada demais, afinal, a vida não deu mole para a gente, porque é que é mesmo que a gente vai dar mole para quem se aproxima?

E a gente vai achando que esse é o jeito certo, o nosso jeito é o certo. Mas é porque é, sim, nosso jeito nos trouxe até aqui, então está certo. Mas não é certo também, porque nosso jeito também deixou gente pelo caminho. Como tudo na vida. E a gente perde as pessoas, tem gente que vai embora sem nem avisar, tem gente que não fala nada, só fica ali, mas não aprova metade das coisas que você faz.

E você vai vivendo, meio vivo e morto, sabe? Eu sei. O que eu não sei é onde aperta o botão para estancar a dor e a angústia de não conseguir falar o que sente, compartilhar, trocar, ficar bem. 


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