Ele me diz
É, Migh, você vive praticamente só
E isso me dá uma dor no coração. Quando olho pra trás, sei que vivi muito tempo longe de casa, mas não sozinha. Talvez para ele, que nasceu e se criou no mesmo lugar com as mesmas pessoas desde sempre, conhecer alguém que viveu em mais de dez cidades desde que nasceu é realmente estranho. Eu nem conheço direito a cidade que nasci, quem dirás o bairro, as pessoas da minha vizinhança.
Mas não, não vivi só. Sempre estive acompanhada, mas foi diferente, não foram das mesmas pessoas e nem nos mesmos lugares. Sempre quis isso sim, sempre desejei. Eu quero parar. Eu não posso, não ainda. Mas está mais perto do que antes. E tudo bem.
Mas me dói ouvir assim, porque eu não me sinto só, eu não vivo só, eu não quero ser só, eu não gosto de ser só. Concordo que sim, sim mesmo, eu talvez não saiba como ele viver junto, mas não significa que eu não queira aprender.
Vem aqui me dizer como faz.
(e logo hoje, que na capoeira olhei para aqueles moços me ensinando meia-lua de frente, parei tudo e falei: quero que vocês saibam que, aconteça o que acontecer, eu amo vocês).
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