A convite da mãe de uma criança de minha turma, compareci hoje no batizado de capoeira do mocinho. Ele muito nervoso, de cabelo cortado, junto com os dois irmãos, esperava a sua vez de subir ao palco e fazer por merecer seu cordão cinza.
Apesar de nervoso, estava quieto, o contrário de quando fica calmo. Fiquei emocionada, como sempre fico toda vez que posso participar da vida de uma das crianças que eu conheço. Lá estava sua família de portas abertas para mim (a avó muito coquete, a mãe lindademorrer.com, o pai bonitão - descobri que os filhos fazem capoeira porque ele mesmo jogou por muito tempo! -, a sobrinha risonha...), toda aquela energia, a capoeira, a ginga, as músicas, o tambor. Ríamos de tudo, até da felicidade.
Ah, o tambor...
Escondi uma lágrima no canto do olho quando o mestre de capoeira disse o quanto era importante que as famílias se preocupassem com os estudos e que se as crianças não se "comportassem", poderiam ter que devolver os cordões. Coisa boba, mas que me lembrou minha infância e as recomendações de meu avô.
Fico pensando como é importante ter todas essas referências (capoeira, candomblé, estética negra, música) presentes no palco e em nossas vidas, não apenas de modo subliminar, mas afirmadas.
Não queria que ele me esquecesse. Eu é que sei que nunca vou esquecer (mais) esse mocinho.
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