Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, junho 17, 2010

Passado.

Olho fotos minhas das quais eu gosto e que faz algum tempo e sofro. Me achava bonita, feliz. Não que eu não ache que não seja agora. Ou ache. Estou um pouco confusa e algumas imagens me trazem a ideia de liberdade, eu andando rumo a lugar nenhum, de costas, sem compromisso, numa cidadezinha qualquer, essa imagem me toma e eu acho que nunca mais vou sentir o que senti ali. Mas paro e lembro que na verdade ali eu não sentia nada disso, essa foto e o jeito em que estou nela me lembra fotos de infância também, onde eu não conseguia relaxar e ficava muito nervosa, sem vontade de tirar foto, empertigada, dura, cara feia.
Olho e olho e parece que nunca mais vai voltar. Talvez por que hoje eu tire poucas fotos. Talvez por que é mais fácil olhar para esse passado do que olhar pra mim agora, sentada aqui, escrevendo, ouvindo Floetry incansavelmente e trabalhando. A sensação a gente nunca explica mesmo, por mais palavras que a gente escreva.
Muita coisa acontece. E eu escrevo cada vez menos sobre as coisas que me acontecem no dia a dia. Fico pensando se daqui há alguns anos eu vou ler isto aqui e vou lembrar bem do que estava vivendo nessa época, se essas letras vão dizer dos meus sentimentos, sensações.
Acho que não. Mas também, não tenho jeito a dar. Como na foto, aquela coisa ali não vai voltar. Estava linda e feliz. Resta agora a vontade de ser linda e feliz de novo.

Nenhum comentário: