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quinta-feira, junho 30, 2005

Sou de Nanã.

Lendo um livro chamado Mitologia dos Orixás. E me envolvendo mais ainda com a cultura negra. Descobri que Nanã, a santa que me rege, é bem parecida comigo, ou com o que pelo menos eu gostaria que fosse parecida comigo. Olha só um dos mitos de Nanã: "Nanã era considerada grande justiceira, Qualquer problema que ocorresse, todos a procuravam para ser a juíza das causas. Mas sua imparcialidade era duvidosa. Os homens temiam a justiça de Nanã, pois se dizia que Nanã só castigava os homens e premiava as mulheres (...) (...) Segundo Exu, conhecido como bisbilhoteiro, Nanã queria dizimar os homens. Os orixás reunidos resolveram dar um amor para Nanã, para que ela se acalmasse e os deixasse em paz. Os orixãs enviaram Oxalufá (Oxalá) nessa missão. (...) Sabiam que Nanã não gosta de Ogum? Eles foram casados! Mas sabem porque rolou esse arranca-rabo? Ogum é fazido. É que Ogum é dono de todos os metais, e Nanã retou por causa dessa tal dominâcia, Nanã acabou proibindo nos seus cultos qualquer tipo de ferramenta. Danada. Sou de Nanã. Ainda vão sair muitas considerações deste livrão enorme, ele me enfeitiçou. Estou seduzida. PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás, Companhia das Letras, SP: 2001. Ah, hoje fui ver Contra Parede. Entrei no cinema achando que ia ver um filme mediano. Qual o quê, foi um dos melhores filmes que vi esse ano. Pro meu gosto esquisito e sem noção, foi um dos melhores. Sim, imprevisível. Com uma cena de agressão gratuita que disse muito sobre a personagem de Sibel. Sibel é turca e seus pais só a liberam de casa depois do matrimônio. Ela então conhece numa clínica um outro turco, e com ele mantém um casamento de fachada. O que vem depois, e mesmo antes dessa história, é muito interessante. Nota 10! Frase do filme que lembro: Você não precisa se matar pra morrer. Faça alguma coisa por aí, depois caia fora. Ou não faça nada. Depois dei uma andada na Paulista e fui ver Hearts and Minds, documentário do Pete Davis sobre a Guerra do Vietnã, feito em 1973 e que ganhou o Oscar em 1974. Pude ver cenas memoráveis como a daquela garotinha correndo nua das bombas que estavam sendo atiradas em sua aldeia. Novidade? Ultimamente tenho lido bastante sobre o governo Nixon e as guerras que afligiram o mundo nessa época, então não tive grandes surpresas com o documentário. Eu acho que pra quem acompanha as notícias só pela TV' filmes assim mexem um pouco com aquilo que você define como sua realidade. Mas sinceramente, eu saí do cinema achando que aquele documentário, olhando por um outro ponto de vista, pode ser só mais um enlatado.

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