Você que me lê, me ajuda a nascer.

sexta-feira, junho 30, 2023

Americanah, Chimamanda Ngozi Adichie.

 


Não sei se todo mundo sabe, mas eu li todos os livros de Chimamanda e fiquei empacada para ler esse simplesmente porque estava cansada da narrativa (faço cara feia para essa palavra, mas aqui ela cabe, viu?) de imigração para os EUA como uma espécie de obsessão de muitas protagonistas de seus livros. Aí me recusei a ler Americanah, sim. Fui ler Chigozie Obioma, fui ler Nicole Dennis-Ben, Léonora Milano. Nem gostei de todos, mas fui lá ler. E aí, eu disse: posso ler, mas não vou comprar. 

Aí peguei emprestado e terminei de ler ontem. É uma história de amor e eu gosto de muita coisa, mas ao mesmo tempo, não acho que esse é o melhor livro dela. Meio Sol Amarelo ou, talvez, Hibisco Roxo seja o que eu mais gosto. Eu não sei, na verdade, porque em todos essa coisa de imigrar está muito presente no texto e eu não tenho vontade de saber só como é a vida da classe média nigeriana. Eu gostaria mais de saber das pessoas que nem pensam em imigrar como uma possibilidade.

Existe vida sem imigrar para os Estados Unidos na Nigéria, tenho certeza, mas esse não é um interesse literário de Chimamanda. 

Uma coisa que eu não entendo é porque as pessoas escrevem histórias de 500 páginas e começam praticamente um novo romance ali pela página 400, coisa que não vai dar para desenvolver direito os personagens e aí simplesmente sai atropelando todo mundo nas últimas 100 páginas. Você pode me dizer que era para ser assim, não era para desenvolver mais nada ali naquelas páginas, mas eu desconfio que a pessoa cansa de escrever porque e ela só está preocupada em dar um fim ao livro, do jeito mais tradicional possível, o tal do felizes para sempre. 

O livro é bonito, eu recomendo demais a leitura. Gostei de pensar em Ifemelu porque ela me lembrava uma amiga especial: quando eu lia, eu a imaginava vivendo a vida de Ifemelu o tempo todo. E nem era porque elas se parecem na história, é só porque na minha cabeça eu associei as duas e já foi. 

Leiam livros, gente. Faz bem para a saúde mental. Eu recomendo. Aí vocês vão poder falar mal de um monte, mas também se assombrarem quando encontrarem um realmente incrível como Minha casa é onde estou, de Igiaba Scego ou Becos da Memória, de Conceição Evaristo.


Chimamanda Adichie

Um comentário:

Geisagiraldezedu@gmail disse...

Eu acho esses um dos meus favoritos. Mas o que mais gosto e que tem uma critica aos que vieram de lá. Ela fala de um jeito que gosto da colonização reatualizada na crítica as
eu escolas com currículos brancos. Usando desenhos de neve .casas com lareiras...a pessoa perguntando se a batata e congelada. Os que vieram de lá, uma casta tão adoecida e escrota. O romance me fisgou muito...se esperarem..se matem...se reencontrarem...