Ei, você.
Que conversa comigo e não impõe o que você pensa, mas acolhe o que eu falo, me faz perguntas e com as perguntas me faz chegar onde é preciso, sem apontar nada.
Ei, você.
Que quando eu chego onde eu preciso chegar e não onde você precisa, quando eu chego onde eu preciso chegar para sermos melhores juntos, espera que eu mesma me encontre com meus equívocos e me entenda. Que me dá um tempo para que eu me veja e me reconheça às vezes em um momento em que é o mais difícil para alguém, que é aquele momento em que nos encontramos despidas pela primeira vez das ideias que fazemos sobre nós e que ninguém sabe que nem nós mesmas podemos sustentar.
(esse segundo de encontro com a verdade sobre nós é coisa que o olho não aguenta fazer assim, no meio de uma conversa, muitas vezes só aprendemos coisas sobre a gente quando estamos só)
Ei você.
Que tem paciência e, ao ter paciência, espera calmamente que eu me reconheça despida, no encontro comigo. Que respira fundo e entende que aquele momento que talvez devesse só meu - mas que só existiu porque você estava ali, perto de mim. Contraditório, não? - pode me fazer sentir uma vergonha estranha e desconcertada, fora de lugar.
(eu não sei o nome do que se sente quando você está em frente a uma parte de você que nem você mesmo conhecia e precisa rapidamente pensar se a apresenta para aquele que está ali ou finge que não a viu, olho fecha e cabeça tenta pensar mais rápido que as palavras que eu não paro de falar, misturadas com a água que sai do olho)
Ei, você.
Que não parece preocupado em "ganhar" nada, porque não, a gente não está numa competição. A gente só quer encontrar o melhor jeito para ficarmos juntos. Que nem faz esforço para fazer tudo isso porque você é assim.
Ei, você.
Te amo.
Um comentário:
se alguém escrevesse isso comigo eu seria o homem mais feliz do mundo
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