Com o estômago revirado desde a semana passada, não vou nada bem. Esperando por e-mails que não chegam e lendo sobre um projeto de lei que quer extinguir cotas nas federais do RJ, racismo "coisa rara" no Brasil e muito mais, eu me sinto perdida e sozinha. Tenho pesadelos à noite e também durante o dia. Às vezes eu só quero um colo de onde eu não precise me levantar tão cedo, onde eu não precise explicar nada.
Não vou sucumbir, mas está difícil esses tempos aí. O que me alegra mesmo é morar num pedaço do Brasil que ainda encontro crianças sorrindo pra mim mesmo eu sendo uma "estranha" para elas. Essa sensação é indescritível, as lágrimas me vem aos olhos porque eu penso no monte de recomendação que elas ouvem da mãe, do pai, mas aí, eu sorrio, elas sorriem, quando viu, já foi... me anima também ver dois rapazes negros correndo pela rua e falando alto sem terem medo de serem interpelados pela polícia. Dá uma alegria boba saber que foi num 14 de maio que a UNILAB Malês foi criada, um dia depois disso que chamam abolição.
Uma vez, quiseram me dar de presente uma camélia quando me viram assim. Não deu certo. Se camélias são difíceis, imagina sentir-se livre.
Uma vez, quiseram me dar de presente uma camélia quando me viram assim. Não deu certo. Se camélias são difíceis, imagina sentir-se livre.
"Eles combinaram de nos matar, a gente combinamos de não morrer", me diz Evaristo sussurrando aqui pertinho de mim. Tá bom, então. Eu vou cumprir a parte que dá.
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