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segunda-feira, abril 11, 2016

Meninos em guerra - História de Amizade e Conflito na África, de Jean Piazecki.



O livro é ruim. História que pretende ser infanto-juvenil ambientada não sei onde num continente com mais de cinquenta países. Eu nem deveria ter começado a ler, mas depois de começar eu não consigo não terminar (confesso que empaquei com Macunaíma, mas vou terminar). O livro conta a história de duas crianças que lutaram numa guerra civil em um lugar que não se sabe onde é, mas você pode imaginar que seria Serra Leoa, pela alusão à FRU ao citar uma Frente Revolucionária Democrática. Não mostra vários lados de uma guerra civil e fala explicitamente contra o recrutamento de crianças em guerras civis, mas sem abordar o que a comunidade internacional - em particular a europeia - tem a ver com as guerras civis no continente. Bem na linha do filme Beasts of no Nation, outro lixo que desrespeita os países do continente africano ao tratar toda aquela extensão de terra como se fosse o quintal de qualquer lugar. 

A coisa fica um pouco pior com as dicas nas páginas finais do livro sobre como trabalhar a questão com as crianças que provavelmente lerão o livro. Se dependesse de mim, ele iria pra lata do lixo agora mesmo.

Eu torcia meu nariz para o livro Muito longe de casa - Memórias de um menino soldado de Ismael Beah (em parte por isso não comprei ainda seu livro mais novo, O brilho do amanhã). Mas ele é infinitamente melhor do que esse. Se vai ler algo com o tema, melhor escolher esse. Pelo menos, o de Beah é o relato biográfico e tem nomes de cidades, vilas, país. A história é tensa e também pode ser panfletária, mas pelo menos, é a voz de alguém que passou por tudo aquilo, com todas as edições que um livro precisa para vender (e muito). Não dá para comparar os dois livros, e nem quero com isso. Só lembrei desse por conta do tema, mas é inegável que Beah escreve muito melhor, mesmo eu tendo ressalvas com o tema. 


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