Você que me lê, me ajuda a nascer.

domingo, abril 10, 2016

A educação de uma criança sob o protetorado britânico: Ensaios, de Chinua Achebe.


Eu já tinha ouvido falar de Chinua Achebe. Um romance me levou até ele em 2011. Comprei os livros de poema e presenteei o moço. Eu já tinha ouvido falar do senhorzinho que morreu em 2013 e passou a vida falando o quanto nós não sabemos nada de nada sobre a Nigéria e muito menos a África.
Mas eu tinha escolhido ler livros de mulheres como Pauline Chiziane e Chimamanda. Deixei-o para depois e ainda não li seu livro mais conhecido O mundo se despedaça (publicado no Brasil também pela gigante Companhia das Letras que a tudo compra e a tudo imprime uma revisão literária que infelizmente não me apraz). Li A educação de uma criança sob o protetorado britãnico uma série de ensaios que foram publicados em várias partes do mundo e fizeram o favor de reunir. É uma boa introdução ao pensamento do moço. 
Digo moço porque ele remoçou minha ideia sobre as coisas que eu pensava ter conhecido e me deu alegria de saber que a minha ideia é uma ideia entre muitas. Parece óbvio mas não custa relembrar sempre. Achebe é uma boa leitura para depois de Meio Sol Amarelo, ou entre, como queiram. Foi sem querer que peguei o livro dele logo agora e depois do dela. Eu não sei o que dizer além de dizer que Chinua desmonta várias visões que existem sobre a escravização negra nas Américas - ele responde a clássica afirmação "Foram vocês que venderam seus irmãos para o homem branco" com muita inteligência, elegância, mas não sem uma pitada de alguma coisa que faz quem ainda pensa se sentir um ignorante sobre a história mundial. Além desse tema espinhoso, ele toca em pontos como colonização, infância, liderança, pobreza, entre tantos outros.   
Vocês podem ler uma parte do livro aqui.

                                                                             Chinua Achebe

Por agora, tenho ficado também com as entrevistas que pipocaram ultimamente com Grada Kilomba. É incrível quando lemos coisas que sempre dissemos e estávamos quase achando que éramos loucas. Obrigada, Sra. Kilomba. Continue falando, acaba com eles. 

Nenhum comentário: