Volta e meia tento abrir a dissertação que escrevi há quatro anos atrás como se não fosse minha. Entro na internet e me pesquiso, me leio como se não fosse eu para ver se me gosto. Encontro erros e me odeio. Encontro frases que acho lindas e emocionantes - pergunto se vou conseguir escrever uma coisa parecida de novo! - e não sei se me amo mais do que me odeio. Dia desses recebi um recado de uma pessoa que considero muito sabedora da área que estudei:
Migh, terminei de ler sua dissertação recentemente! Que coisa bonita, menina! Eu sabia que você escrevia bem, lembro que a gente mandou cartas algumas vezes mas, poxa, é um texto emocionante, além de muito bem fundamentado na teoria e nas fontes.
Fiquei com medo de perder esses elogios por aí e quis deixar aqui escritinho. Ainda mais porque a moça é alguém por quem tenho admiração e alegria de admirar. Aí é quando eu estou escrevendo outra coisa de novo que descubro que ler o que você já escreveu te ajuda a ver se você está fazendo as coisas do jeito certo (ou não). Eu me leio e me vejo e vejo se é parte do que eu sou agora ou se já foi.
Eu gosto de mim. Ou pelo menos, do que escrevo.
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