Entrei no ônibus. Cheio. Na minha frente, uma moça, me parecia 24 anos. Trazia no colo um menino pequeno, do lado uma menina um pouco maior, talvez três anos. Desceram no mesmo ponto que eu. Ela parou um pouco para ajeitar a mochila, duas, que levava no ombros e costas, além do menino, que dormia a sono solto. A menina, do jeitinho dela, esperava. A imagem me chamou a atenção, e depois de ter passado por ela imaginei que deveria ter oferecido ajuda.
Mas ela tinha um olhar altivo, obstinado. Como se pudesse fazer qualquer coisa. Voar, ficar invisível. Não tinha cara de pena e nem de que precisava de mim para carregar suas dores. Sei lá.
Um mulher negra, com uma filha e um filho negros, esperando o trem.
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