Você que me lê, me ajuda a nascer.
domingo, março 02, 2008
Salvador, negro amor.
Ter a Lagoa do Abaeté como quintal de casa; ir em Jaguaribe no final da tarde pra molhar os pés; pegar um ônibus que dá a volta no mundo só pra passar pela orla de Salvador; comer acarajé assim que chega na cidade; ir no Pelourinho pra subir e descer ladeira e nada mais; tomar refresco em frente ao plano inclinado; entrar na lojinha do Verger e não comprar nada, mas prometer que da próxima vez leva alguma coisa; andar do Campo Grande ao Carmo e depois reclamar do cansaço; tomar cerveja vendo o sol se pôr na Cruz do Pascoal; achar brega baterem palmas quando o sol se põe no Solar do Unhão; falar pra todo mundo que não ouve Psirico, mas cantarolar Todaboa bem baixinho; chamar bolinho de estudante de punheta; comer pititinga na praia por que é o prato mais barato; ser paquerada por homens casados que sempre estão se separando; bater papo com o moço que vende dvd’ pirata; comer aipim com carne seca de manhã cedo; não conseguir acordar tarde; não conseguir dormir cedo; sentir cheiro de mofo na rua do Taboão; não assistir televisão; paquerar o vizinho, o pai do vizinho e o tio do vizinho; tomar cerveja todos os dias; namorar, namorar, namorar, mas sem perder o foco; sentir saudades antes de ir embora; não entender a solidão paulistana que fala Zeca Baleiro; Salvador, negro amor.
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