Você que me lê, me ajuda a nascer.
domingo, março 02, 2008
As coisas não mudam assim do dia pra noite, nada vai ser como antes também, então se acostume e peça uma cerveja para acompanhar suas dúvidas, a solidão vai bater na porta quando você menos espera, você vai ver.
E eu só queria saber se quando ele fala comigo é comigo que ele fala ou com ele mesmo, se quando me olha olha pra mim ou quer ver seu reflexo refletido na minha íris, se ele é tão egoísta não vou dizer que sou romântica, se ele é comedido e faz humrum eu não vou me apoquentar, uma hora as coisas se ajeitam e eu entendo que a vida não vai ser como eu pensei sempre, como eu planejei, será que vai demorar para que eu entenda isso e me aquiete?
28.02.2008
E é quando eu fico sozinha que penso, é só da boca pra fora, ele nem pensa em mim, nem sabe quem eu sou e nem se importa comigo, quando você fica sozinha muito tempo começa a achar que o mundo todo não presta, ou então começa a desdizer do amor, fica rabugenta, não aceita qualquer conselho e nem é qualquer roupa que te cabe, quando a solidão aparece tu quer ser forte mas ela te desmonta e vai criando em você outras resistências, como em mim essa de não me deixar aproximar ou conhecer, me conheço e tá de bom tamanho, não quero ter trabalho, não quero gostar de você então nem venha, fique aí mesmo onde está, não tente mais nada comigo.
Eu só queria um homem pra chamar de meu? Não, eu só quero um cara pra quem eu possa escrever longas cartas, pra mandar mensagens no meio da noite, pra comprar um livro e pensar em ler rápido pra mandar pra ele, pra ver um filme e ficar procurando o que ali parece com ele, só pra isso, e um assim eu nem preciso de correspondência, só que ele não me encha o saco e não me desacredite, mas que também me diga oi de vez em quando, que se importe comigo, como eu estou e minha família, que me pergunte qual a cor que eu mais gosto e qual é o meu signo, não precisa me amar e nem ficar comigo, só existir. Eu não sei se ele existe, ou se é forma etérea que vira só verdade quando eu penso muito, anjo?
Eu deveria desescrever tudo isso aí, por que fico dando murro em ponta de faca. Tenho passado um tempo sozinha para ficar comigo mesma, para saber o que quero quando estou com outras pessoas. Descobri, por exemplo, que não tenho paciência para todas as pessoas do mundo. Não tenho. Não consigo ser legal com todo mundo, e a cada dia que passa, menos legal eu sou, por que estou ficando velha, por que quero as coisas do meu jeito, eu arrumo e largue aí, não mexa, assim é aqui dentro, sou cheia de preconceitos e soluções infalíveis para a minha vida, eu digo amanhã eu começo e começo mesmo, tudo de novo, eu sempre consigo me virar, mas isso vai dando uma sensação de auto-suficiência e cada vez mais você acha que consegue viver sozinha, até que vem um cara que você pum se apaixona e você joga todas as suas chances fora, por que você passou quatro anos dentro de uma caverna se escondendo do mundo e acha estranho que alguém queira estar com você pelo simples fato de estar, ponto. Aí faz tudo errado, chora, quer casar, tudo no primeiro encontro, tudo que os manuais sobre homens e mulheres e relacionamentos, dos mais rebuscados aos mais fuleiros dizem você desdiz e desfaz, se ferra, viu, viu?
Desisti, eu sei de tudo, mas ó, ó, não adianta nada. Melhor não saber de nada e ó, ó, adiantar tudo.
Eu me leio e penso, taí, queria ser eu lírica. Eu prosa sempre.
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