Você que me lê, me ajuda a nascer.
sábado, março 22, 2008
18.03.2008
O meu povo viu o terreno ser limpo, arado, viu o tempo passar. Alguns diziam que era pra ser hospital, meu povo sorriu, umas mulheres mais animadas disseram que seria um parque para as crianças, todo mundo feliz vendo aquele mundo de terra que se não fosse utilizado para algum bem pro meu povo ia ser ocupado de casas, então todo mundo esperou, ficava na janela até de tardezinha vendo os caminhões irem e virem para limpar o mato, aprumar tudo, mas nada de chegar material, concreto, cimento, não dava pra saber o que seria, mistério.
E mais e mais caminhões passando, chegando, o bairro pequeno de ruas estreitas não cabia tanto caminhão, tinham até atropelado um garoto na esquina da rua principal por que a rua principal de principal só tinha a cara, por que não tinha tamanho nem porte para ser avenida, mas os caminhões não paravam, iam e voltavam, vinham cheios de entulho do centro ou de outros lugares da cidade e voltavam vazios para voltar de novo, isso começava cedo, a bem dizer de madrugada, quando a cidade toda acordava muitos caminhões e muitos entulhos por ali já tinham passado, ninguém dá muita bola pra isso.
E foi então que esquecendo do terreno baldio meu povo teve a notícia, triste notícia que o terreno a ser aprumado não ia ser nada além do que o mais novo aterro de lixo da cidade, vinte reais e cada caminhão que ali chegava poderia despejar o que quisesse, o dono do terreno arrendou por uns trinta anos aquele serviço ali, por isso estranharam aquele terreno alto, para evitar o consumo da terra logo de cara, não tinha cara de hospital nem parque, eles e elas se enganaram, por que quiseram, até shopping as mocinhas suspirando imaginaram por ali, com cinema barato e pipoca grátis, mas é só um aterro, só um aterro ali de frente da casa do meu povo, que ainda espera o asfalto chegar no fim da rua, por que político esperto agora não põe mais asfalto de má qualidade, ele asfalta só metade da rua, aquela que dá pra frente da rua que parece avenida, mas que de avenida não tem nada, atropelou mais um, vai lá ver.
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