Em 2005, saiu carta minha publicada em jornal falando do filme do Coutinho, O Fim e o Princípio.
Foi o filme documentário que me fez conhecê-lo; depois dele, tive por obrigação assistir todos os outros (falta-me ainda Santa Marta). Hoje, vi Jogo de Cena.
Imperdível. Obra-prima do cinema. Cinemão de quatro estrelas enormes de grande.
Qualquer moça da minha idade entra no meu quarto e se assusta. De um lado, foto de Alberto da Costa e Silva, de outro, foto de Coutinho. Amo septuagenários? Nem é isso, mas é o que me disse um ex-namorado, fazedor de filmes:
Não tem como ser um bom documentarista jovem, o cara tem que sacar a parada, e demora pra acontecer isso
De Coutinho mesmo sei quase nada. A cara dele quase não aparece pra mim, mas gosto de pensar que ele está ali, me conforta ouvir sua voz, sei que no final das contas vai sair tudo bem. Tenho delírios de um dia ser sua discípula, de um dia, pasmem, entrevistá-lo, tenho delírios que me fazem continuar, seguir em direção a tudo que amo (A Via Láctea). Ele estava aqui no Cine Bombril nessa quinta que passou, gelei, não sabia ir e vê-lo e não falar com ele e não parecer tiete, por que eu sou perdidamente apaixonada pelo modo como ele usa o cinema, tranquilamente vai ali e inventa como dizer as coisas, é isso então.
Mandei uma carta pro moço, mandarei outras. Coragem, coragem.
Chega a doer tanta naturalidade assim exposta (a frase é minha, o grifo é meu, sobre O Fim e o Princípio, dois anos atrás).
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