Você que me lê, me ajuda a nascer.
segunda-feira, julho 02, 2007
Se o mar pegar fogo, eu vou comer é peixe frito.
Quero escrever um monte de coisas.
Primeiro que ontem, às 8 da matina, a TV me fez rir como louca. Um programa que abordava a questão da audiência das TV's abertas no Brasil, disparou:
"Um país onde um canal de TV' dá 80 por cento é um caso claro de esquizofrenia."
Aí a colunista do Estadão emendou:
"No final de Roque Santeiro, a Globo deu 100 por cento".
Me fale se não é pra chorar de rir.
Eu achei legal uma coisa que a tal moça disse, "somos espectadores globo e leitores abril", o que não é de todo ruim, mas não deixa de empobrecer a discussão toda, tu pega uma revista de outra editora e não entende a linguagem, as cores não se encaixam, muda de canal, mas mesmo que esteja chiando tu deixa no Jornal Nacional, afinal, a voz da elegante moça (apesar de infelizmente nunca ter acertado o corte de cabelo) entra tranquila no nosso ouvido já amaciado para receber as notas parciais.
Depois, hoje pela manhã eu assisto um outro programa dizendo que há um projeto de lei, desde 2001, para regulamentar a greve dos/as servidores/as públicos. Rá, rá, rá. Então lá diz que não se pode parar totalmente serviços como saúde, educação, previdência, estabelece quórum para que a greve seja aceita e sugere a suspensão do ponto, corte dos dias parados pelos/as servidores/as. O cara teve a cara de pau de citar os EUA como exemplo, dizendo que lá a greve é ilegal, e aqui a gente quer pôr tudo nos conformes. Pois bem, sabe o que eu acho?
Eu acho é ótimo. Que volte tudo como era antes, repressão, ditadura, censura, assim voltam também os idealismos, as aventuras, as loucuras, os sonhos e utopias, as ações diretas, enfim, a vida volta a circular neste País fadado à morte da política, política como expressão de idéias, como espaço do debate, como construção de alternativas, essas coisas. Aí vai rolar a tal Revolução que a gente espera no Brasil, entendeu? Esse limbo todo que a gente vive vai entrar pra história como o período que antecedeu o fumo da cobra.
Ouvindo o Franklin Martins falar, e olha que eu gosto dele pacas, que o Brasil está muito melhor que antes, eu fico meio assim-assim. Tá melhor, em que sentido? Eu sei lá. É aquela coisa da segregação racial, tu finge que me tolera e eu finjo que não sou discriminada, sigamos todos e todas nesse baile mascarado de mentiras. Numa atitude radical, eu digo hoje, prefiro o quente, por que morno não tá descendo mais.
Ah, e uma menina de 11 anos, que havia perdido um dia de férias do lado dos avós, por causa da tal crise nos aeroportos:
"Eles não podiam fazer isso com a gente. Criança ou adulto, isso não é legal".
Quer melhor sabedoria que esta?
Assisti um filme com a Marilyn Monroe, o Some Like It Hot. Descobri que não sou assim fã de comédias, comédia pela comédia, me canso logo, comédia tem que ter um sentido, ou então, eu dou o sentido da comédia, rio de alguma cena por que me lembra alguma coisa e não necessariamente por que o filme é de comédia, até por que não é sempre que você quer ouvir as coisas num filme, você quer somar "dois mais dois", como disse Billy Wilder, por sinal, o diretor desse filme que fui ver com a Monroe. O roteiro não é ruim, e nem as piadas, na verdade, o problema sou eu.
Mas nem era isso que eu queria dizer. Tinha uma idéia da Monroe, aquela coisa da beleza padronizada, como todo mundo acha que a perfeição feminina deve ser. Como é, vou dizer: magra, branca e loira. Tá, branca e loira ela é, mas minha surpresa foi ver que ela tinha carnes, gordurinhas onde todas as mulheres que se julgam perfeitas adoram esconder! E o cabelo? Como qualquer cabelo, minha gente, nada daquelas coisas de a cada dois minutos borrifar um produto mágico para parecer sempre alinhado. O filme aproxima a Monroe de qualquer mulher, não vejo um diretor preocupado no melhor perfil da Monroe, ela aparece de todos os jeitos, como é.
Então, ela é perfeita. Mas aí, eu também sou. Saí do cinema feliz, afinal. Mesmo que a última frase do filme seja:
Nobody is perfect.
Um jogo divertido, enfim.
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