Você que me lê, me ajuda a nascer.

segunda-feira, julho 09, 2007

Vida real.

Cena um: Um moço entra no metrô, vendendo balas. Entrega as balas pra todo mundo, pede "com licença". É um moço bonito. Uma estação depois, entra o segurança do metrô, o moço se esconde. O segurança o encontra no vagão, manda ele sair, toma a sacola de balas. No meu colo, ele também havia deixado uma bala. Escorre uma lágrima. Cena dois: O moço começa a assaltar na vizinhança. Pra comer. Pra vestir. Pra matar a raiva. E alguém chora. Muita gente chora. Mas também, quem liga, pobre matando pobre nem-aí, o problema são os e as tais rebelados e rebeladas quererem sair da senzalinha e vir matar na casa-grande. Enquanto o genocídio forem entre os meus e minhas, não há que se preocupar. Uma quase-limpeza-étnica é sempre bom, e desse jeito, não gastamos nada e a imagem do Brasil, país belo e faceiro, continua por aí, circulando. Muita gente com quem eu converso que só conhece o Brasil de ouvir falar me diz estupefata que nunca imaginou que existia racismo no Brasil. Minha amiga falou: "Agora a gente entende o problema, sabe diagnosticar. Mas ainda não sabe como resolver". Será a nossa principal preocupação do presente. Como resolver o problema da má distribuição de renda, que cria tantas coisas ruins, como favela, preconceito, bandidos e misérias?

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