Você que me lê, me ajuda a nascer.

segunda-feira, maio 02, 2005

Eu nunca noto quando olham pra mim, no ônibus, na rua, quando estou alugando um filme, eu nunca acho que é pra mim, e se noto que é comigo, eu nunca acho que o cara quer nada além de perguntar alguma coisa. O cara do meu lado no lotação pra casa hoje me olhava o tempo inteiro. Acho que ele notou meus olhos tristes demais, longe demais, e aí me fez uma graça: me deu tchau quando eu desci do ônibus, e sorriu. Eu respondi, sou educada. Educada nada, sou tagarela, faladeira, e adoro dizer oi pra todo mundo. Estou melhor, vi Chocolate e não chorei, amei, amei. Saudade de casa. Do cheiro da minha casa, das minhas coisinhas lá, meu irmão que me faz rir, rir, rir, sendo ele mesmo e imitando meu pai, minha irmã, o cachorro... passando trotes e trotes só pra me ver rir, por que eu rio um rio por qualquer coisa... é só eu perceber que estão querendo me fazer feliz que eu me desmancho. No sábado eu saí correndo do cinema pra ir comprar uma vaquinha com um peso nas patas, mas o lugar tava fechado. Eu disse pra atendente, "abre pra mim, tenho que comprá-la por que ela vai ser minha companhia agora, vai inaugurar uma nova fase na minha vida", mas ela não entendeu nada me ouvindo lá detrás do vidro. Mas deixe estar, vou comprá-la amanhã e vou dizer pra ela que amanhã é dia 30. Ela vai acreditar, tralala.

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