Você que me lê, me ajuda a nascer.
sábado, abril 02, 2005
Quando a vida começa
Há coisas que não se arrancam.
Está na carne.
Está na terra.
Monte de pedrinhas, postas uma a uma.
São as mãos de nossos pais e avós.
Toda a paciência acumulada resistindo a chuva no horizonte.
Juntando pequenas poças para guardar a luz da lua.
Para ficar em pé, inventar montanhas e escorregar de trenó.
Acreditar que tocou as estrelas.
Vão contar que eram os senhores, nossas pais
E que deles herdamos montes de pedrinhas
E, junto, a coragem de carregá-las.
Eu chorei com esse filme (Quando a vida começa, filme francês de 98, direção de Bernard Tourvenieu), essa citação final faz parte do livro que a personagem principal, um diretor de uma creche na França, está tentando escrever. Chorei com a atuação de um garoto chamado Richett Leans, ele faz o Jimmy, garoto que é espancado em casa pelo tio. Ele é simplesmente perfeito. E chorei em perceber que o filme nos mostra que é possível, quando a vida começa. É possível querer, querer, sempre querer, o impossível, pois como nos diz Machiavel em O Príncipe, querer é o que move. O Helião diria que é o que liga. O que no fim, dá na mesma.
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