Você que me lê, me ajuda a nascer.
sexta-feira, abril 22, 2005
Amor à primeira vista.
Estava na fila com cara de intelectual. Desdém, do tipo: que que eu tou fazendo aqui, do lado dessas pessoas? De repente me chega um menino. Menino sim, ele tem 19 anos e eu 24, é um menino, já que eu tenho cara de intelectual com desdém. Ele me pergunta se a fila é aquela. Subitamente, eu me idiotizo e me apaixono perdidamente. Ele é uma graça, tem um sorriso lindo, etc, etc. Sim, sim, a fila é aquela, e se não fosse, seria, por que eu queria que fosse. Conversamos sobre filmes em cartaz, cinema latino, puxa, como o mundo é legal quando se foge dele, quando se escapa da realidade a vida até parece interessante!
O filme acaba, a gente toma umas brejas juntos, juntos também com amigos dele, que me apresentam Cioran, um romeno que transcendeu Nietczhe e me disse que não se pode viver tendo a vida como única obssessão. Isso foi a única coisa que pude apreender do texto, já que os belos olhos do Pedro (sim, Pedro, esse é seu nome), não me deixavam voar tão longe. Não naquela noite, não, eu não queria. Eu queria fingir que não acreditava em nada daquilo, que isso de amor à primeira vista é tudo mentira, mas quando o Pedro sorria, eu procurava recuperar os pedacinhos do meu coração que ele ia esmigalhando pela Frei Caneca.
Me senti uma boba por tentar fazê-lo sorrir mais do que ele já sorria habitualmente. Por tentar parecer "cool" aos seus belos olhos verdes. Mas sabe de uma coisa? Ainda não me arrependi.
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