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quarta-feira, abril 27, 2005

O homem que amava as mulheres.

Um amigo já tinha me recomendado esse filme de Truffaut. Ainda bem que eles colocaram em cartaz no festival de filme europeu que está agora lá no Top Cine. Não é um festival meeesmo, mas eu chamo assim por que tem cinema europeu pra tudo que é gosto, é festa. Eu tinha visto um do Bertolucci, Il Conformista. Mas esse de Truffaut é primoroso! Muito embora na época tenha suscitado uma discussão pelo Movimento Feminista que o filme pudesse conter caracteres machistas, eu acredito que o que está em jogo aqui é muito mais as relações humanas, como o homem vê a mulher e como a mulher quer ser vista ou é vista muitas vezes pelo homem. Morane, que é o homem interpretado pelo ator Charles Denner tem lá seus estereótipos construídos para falar de mulher (mas ora bolas, que não os tem?). Lembro-me agora de uma frase do Irvine Welsh, escritor de Trainspotting: "O amor tem seus próprios códigos bizarros.Uma das vantagens é que você precisa construir sua própria linguagem pessoal, que não pode ser dividida com outros".É isso aí. Gostei de uma coisa que Morane falou, perguntado por uma de suas amadas, se ele realmente desejava fazer parte da vida dela, aí ele se deu conta que não, ele apenas fingia aquilo, na realidade queria continuar sendo ele mesmo. Sozinho. Mas claro que a frase que define todo o percurso do filme é, sem dúvida, aquela que ele elabora para explicar o que seria para ele, as pernas de uma mulher: são "compassos que percorriam o globo terrestre em todas as direções, dando-lhe equilíbrio e harmonia".

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