Você que me lê, me ajuda a nascer.
segunda-feira, março 21, 2005
Ma vie en Rose
Filme do Alan Berliner - 94 minutos - assisti no sofá de casa.
O filme trata da história de um garoto de 07 anos chamado Ludovic, que teima em crer que é menina. Sim, ele passa o filme inteirinho tentando convencer a todas/os que ele é mesmo uma menina, tendo Deus errado quando jogou o XY na sua casa, indo para o outro X na lata do lixo... o filme é povoado de referências imaginativas à Pam, uma boneca-fada que se casa e vive feliz para sempre; Ludo consegue durante algum tempo trazer para perto de si um garoto, a quem promete virar menina e casar-se, assim que possível. Mas o tempo passa e o tal garoto percebe que nada em Ludo muda, então o despreza.
Nessa história toda, há uma avó que respeita os desejos do garoto e o incentiva a buscar identidade sexual própria, longe de padrões estabelecidos para garotos e garotas. Fica claro que o Berliner que apontar aqui a questão da identidade sexual e a partir de que momento ela se constitui na criança, de maneira para muitos bizarra, mas muito pontual no que diz respeito à imaginação construída pela maioria das crianças em fase de desenvolvimento.
O filme mostra como que a liberdade que cremos existir em famílias francesas do século XX oscila de acordo com outras tradições não menos conservadoras, como a imagem da família perante os/as vizinhos/as, no trabalho do pai, etc. Há uma tensão entre a mãe, que se faz liberal e pra frentex, e o pai, que pô, como todo pai, quer um filho macho. Mas essa mesma mãe corta o cabelo de Ludo numa cena, como se ela mesma não aguentasse assim tanta modernidade (o garoto parece mesmo uma menina, mas não há em nenhum momento uma estereotipação do gay, por exemplo, ele não é afetado ou tem trejeitos).
Falar de identidade sexual nessa idade é um tema bastante complexo, e poucas pessoas até hoje se arvoraram. É muito mais fácil relacionar a questão sexual à adultos, que já podem, ou pelo menos se acredita, escolher o que deseja. Nas crianças, qualquer tipo de anomalia é tida como biológica, não uma escolha pessoal. E é bem isso que o Berliner discute, se há realmente uma identidade biológica gay, ou isso é construído socialmente.
Respostas? Eu tenho as minhas. E vocês, que me dizem?
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Um comentário:
Eh tudo mentira!!!
Daqui a pouco comeca o It`s all true!
rs
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