Você que me lê, me ajuda a nascer.
domingo, março 13, 2005
Nós que aqui estamos por vós esperamos
Documentário do Marcelo Masagão - 73 minutos, assiti no sofá de casa.
O documentário é legal pacas, mas é preciso lembrar que deve ter sido mesmo muito fácil de ser feito, por que foram captadas cenas de outros documentários e filmes, programas televisivos, etc e etc (tem partes do filme Um cão Andaluz, do Buñuel, que eu quero ver faz um tempo). Não existe também narração, são textos curtos inseridos em cima das imagens que fizeram sucesso no século XX. A música de fundo é clássica, mas há enxertos de vozes, gemidos, suspiros. Aí aparece o nome do Masagão em pesquisa, cenário, roteiro, edição... tsc,tsc.
As imagens são fortes, bonitas, e é interessante notar como as guerras no século 20 se tornam o gancho para definir os espaços e tempos (isso foi antes de tal guerra), será que devíamos já ter uma história das grandes guerras nas disciplinas de Humanas? Anote aí, meu rei!
Tem uma frase bem legal do Boltonsky:
"Em uma guerra, não se matam milhares de pessoas. Mata-se alguém que adora espaguete, outro que é gay, outro que tem namorada... uma acumulação de pequenas memórias..."
É a tal história das mentalidades, do eu, do outro, do que é próximo. Eu gosto disso, ir do micro ao macro, ver como a bomba atômica por exemplo, mexeu com a plantação daquele camponês láááááá naquela cidadezinha, saca, isso é o que mais me prende a atenção nestes documentários.
Ícones como Freud, Kafka, McLuhan, Mussolini, Mao Tsé-Tung, Guevara, Fidel, Hitler, frases, imagens, mesmo que lentas, vão pouco a pouco construindo a idéia que se construiu (ou destruímos) durante o século 20.
O que eu não achei legal, nunca acho, é isso de se contar a história das mulheres separada da dos homens, sei lá, por que não se pode contar a história de qualquer coisa incluindo as mulheres e não como um capítulo à parte? Será que os homens pensam que isso é cavalheirismo, bom tom? Pelamordedeus!
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