Você que me lê, me ajuda a nascer.

terça-feira, março 29, 2005

Caralho, se toda a vez que eu ler alguma coisa muito foda do C.B. eu postar aqui vai virar plágio. Toda vez que eu desço no ponto lá pelas 22:19, tem um senhor que espera a filha voltar do trabalho. Eu sei que eu choro à toa. Hoje eu vi os dois se encontrando, então entendi o que ele faz ali toda a noite. Bonito isso né, por que ela mora bem mais perto do ponto que eu, e eu não tenho ninguém pra ir me buscar. Não, não quero que ninguém chore não, nem tenha pena de mim. Eu só queria entender o que a imagem de um pai, uma figura masculina, faz na vida de uma garota de 15, 16 anos, do que conversam, sobre o que riem, se acabam torcendo junto pro mesmo time... eu só queria sentir isso um pouquinho, por mais piegas que isso pareça. Claro que Freud fala um monte de coisa em relação às diversas relações que se formam em torno da família, mas não só ele (se bem que foi depois dele que esses assuntos passaram a ter uma relativa importância no campo da discussão científica), um tantão de gente depois dele. Mas eu não quero saber disso, eu quero saber o que essa menina sente quando de dentro do ônibus ela vê o pai ali meio escondidinho esperando por ela, fazendo nada, a não ser esperar. Talvez ela nem sinta nada especial, talvez eles briguem e você pode até pensar que isso acaba com o final feliz do meu post, mas não é isso. Eu só queria saber o que ela sente, só isso. Por que com certeza, por mais que eu queira, nunca vou saber.

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