Você que me lê, me ajuda a nascer.
terça-feira, fevereiro 22, 2022
Frequência.
domingo, fevereiro 20, 2022
Eu preciso.
Eu preciso dizer que te amo, mas não dá. Não consigo, a voz está engasgada com a saudade e o medo da distância levar embora todas as minhas forças. Eu não nasci para isso, não nasci para viver a vida esperando tempo bom, como se eu nunca pudesse vivê-lo completamente, ficando sempre no quase.
Mas quase também é só mais um detalhe, um grande amor pode sim morrer assim, quando de longe nada dá jeito a não ser a presença, o perfume, o sorriso, a certeza. Quando não se sabe o que fazer, o que resta é fingir que ainda acredita em daqui pra frente.
E se nada for diferente? O que se há de fazer? Chorar, deitar bem quietinha e esperar passar.
sábado, fevereiro 19, 2022
Pequenino coração.
sexta-feira, fevereiro 18, 2022
Emoção Amor.
Eu sinto falta das crianças, mas isso aqui enche minha vida:
quarta-feira, fevereiro 16, 2022
segunda-feira, fevereiro 14, 2022
Pretas na Rede #EP41 - Amor Preto by Queen & Slim.
Ah, eu gostei desse. Tenho de ver o filme de novo, terceira (ou quarta?) vez.
Por mim.
domingo, fevereiro 13, 2022
Pretas na Rede #EP49 - Se relacionar é uma revolução? (Família e amigos)
Eu tou procurando um podcast para chamar de meu. Ainda não encontrei. Eu devia fazer um, não é mesmo?
Investigação Criminal: Elize Matsunaga.
sexta-feira, fevereiro 11, 2022
Perder.
Oh, fia
É quando ele diz que tem medo de me perder, aí eu penso
Oxe, esse homem está morando em que parte do mundo que ainda acha que vai me perder
Está para nascer o dia em que ele deveria pensar que poderia acontecer uma tragédia dessa
Mas como botar isso na cabeça dele, que as coisas que ele pensa que talvez me afastam são as que mais me puxam para perto dele?
Eu não sei, mas posso viver a vida inteira perto dele só tentando explicar, é só ele querer e deixar.
Oh, fia
Esse homem não está certo da cabeça, não
Como eu vou deixar você, se eu te amo
Parece que não ouve música, oxe
Parabéns.
Hoje meu amor tirou dez, mas eu queria que ele soubesse que ele já tinha mil aqui comigo. Mil beijos, mil abraços, mil saudades.
Hoje meu amor tirou dez, mas ele é muito mais que uma nota no final de um curso de graduação. Ele é o amor da minha vida e da vida de outras pessoas também.
Eu sou tão feliz da pessoa que ele é, tão feliz do amor que eu tenho, que eu nem quero muita coisa mais. Só esperar dia 23 de fevereiro chegar, para saudade não matar a gente.
quinta-feira, fevereiro 10, 2022
terça-feira, fevereiro 08, 2022
Vento.
Às vezes passa um vento triste.
Um vento que diz que vai demorar muito para que eu me acalme ainda na vida.
Será? Você já sentiu esse vento soprando bem pertinho de você? O que você faz?
segunda-feira, fevereiro 07, 2022
Outras Mamas #EP47 - Não-monogamia com Isabela Saldanha e Sandra Guimarães.
Não gostei muito, não. Papo individualista demais para o meu gosto. Não gosto de pessoas que usam a expressão "isso é problema seu" e depois vem com um papo de que está preocupada com as pessoas e o mundo.
Me pergunto até que ponto essa conversa de não-monogamia é um papo individualista para atender a desejos pessoais e fazer ataque ao jeito que as pessoas levam a vida. Obviamente, eu concordo que a monogamia é um sistema que está intrinsecamente ligado ao modo de produção capitalista; o que me incomoda é o ataque gratuito a qualquer forma de viver as relações humanas que não sejam iguais ao da pessoa que está falando.
Cuidado, muito cuidado.
Outras Mamas #EP48 - Menstruação e nossos ciclos naturais.
Rapaz, eu tou gostando, viu?
Eu tenho que agradecer muito à vida por ser como eu sou. Sempre gostei de menstruar, mesmo quando eu sentia cólicas e tal. Eu sabia que sentia dores e indisposição por conta da vida que levava e não era a menstruação o problema e sim a vida louca de correr para lá e para cá, sem tempo para mim. Aí quando eu ouço essas pessoas falando de reconexão com o corpo e tals, eu fico pensando que nunca me desconectei e é por isso que eu sou uma pessoa tão ótima.
Deve ser.
Amo menstruar, muito. Quando ela chega, sei que está tudo bem comigo, para mim é um sinal que as coisas estão indo bem. Tenho menstruação regular há anos e quando ela não vem no dia que eu espero, batata, houve alguma mudança na vida, aí fico atenta (pode ser um novo amor ou uma grande tristeza, inclusive). Pele, cabelo, tudo funciona bem e a menstruação também. Uma dorzinha ou outra, eu sinto, às vezes. Tem a ver com coisas que comi, raivas que passei, choros que segurei e meu corpo diz. Não é por causa da menstruação, mas sim por causa de um emaranhado de coisas. A menstruação não é a responsável pela dor, eu não vejo assim.
Gosto do primeiro dia, gosto do último dia. Usei por muito tempo absorvente descartável, acho que dos 23 aos 32, por aí. Usei direto, tanto externo quando externo. Antes disso, eu usei pano e depois disso, passei a usar absorventes de pano, aqueles feitos sob medida. Hoje, alterno entre o uso do copinho, que gosto também mas, para mim, o absorvente de pano ainda é o melhor. E falem o que quiser, mas gosto do cheiro, gosto de lavar, gosto de tudo. Tudo mesmo, de sentir o sangue escorrer.
Acho tudo isso muito simples e sem nenhum problema. A fome e a desigualdade no mundo é que são problema.
domingo, fevereiro 06, 2022
Amo te amar.
A autobiografia da minha mãe, Jamaica Kincaid.
Fico curiosa sobre como se fala Xuela.
Leio o livro porque a capa me chama a atenção. A leitura me incomoda mas eu sigo. Xuela não parece preocupada comigo, ela só quer contar que não conheceu a mãe, ela morreu quando ela nasceu.
Ao dizer isso, seu olhar também se volta para seu pai, um homem que, em sendo descendente de escocês e de africana, escolheu o lado dos conquistadores para continuar seu caminho na terra.
Xuela exala indiferença, mas eu sinto dor. Em cada linha em que ela destila sua total falta de compaixão com o mundo à sua volta, alguém pode ver força e resiliência e eu sei que sim, pode ser também, mas a mim não me pega desse jeito. Ser dona de sua vida e tomá-la em suas próprias mãos tem seu preço, que às vezes não tenho certeza se Xuela quer reconhecer, pelo menos não completamente. Esse, para mim, é o grande mistério do livro e o que me faz seguir lendo: Xuela está fingindo que resolveu suas dores ou conseguiu dar cabo dos grandes dilemas da vida? No fim, isso não importa muito.
Não tive medo da nova situação: eu não sabia como ser assim na época e não sei como ser assim agora (p. 13)
Anotei uma coisa no livro na página em que grifei essa frase e escrevo aqui agora:
Eu não senti medo porque eu já havia perdido tudo
Senti outras coisas também. Uma identificação absurda, que por vezes me dava tristeza também.
Falar da minha própria situação, para mim mesma e para os outros, é algo que eu sempre faria dali em diante. Foi assim que me tornei tão extremamente consciente de mim, tão interessada nas minhas necessidades, tão interessada em saciá-las, atenta às minhas mágoas, atenta aos meus prazeres. A partir dessa expressão de dor desfocada, infantil, minha vida mudou e eu percebi (p. 18).
Essa exigência cansativa era apenas uma das muitas que me eram feitas apenas por eu ser do sexo feminino (p. 30).
Outras coisas não me dão tanta tristeza, apenas a certeza de que não estou sozinha.
Naquela época e agora, eu não queria e não quero nada com a redenção (p.34).
Eu só vou copiar uma frase final, que ela repete algumas vezes quase no fim do livro, de várias formas e em várias bocas.
O presente é sempre perfeito. Não interessa o quanto fui feliz no passado, não tenho saudade dele. O presente é sempre o momento pelo qual vivo. Pelo futuro nunca anseio, venha ele ou não: um dia não virá (p. 123).
Fico imaginando Jamaica, que conseguiu ser Xuela e também é Jamaica. Imagino-a como maior do que tudo isso, por poder dizer em literatura sentimentos que podem ser além do que sente, podem ser inventados ou misturados.
Em muitos momentos do livro, Xuela nos lembra: eu não sou um homem. Ela não começa o livro dizendo isso mas, lá pelo meio dele, quando começa a afirmar isso, inicialmente parece uma obviedade. Só que não é. Veja, ela não escolheu dizer "eu sou uma mulher". Ela escolheu começar pelo não para indicar a falta que era, para o mundo à sua volta, ela não ser um homem. É justamente nesse lugar que muitas vezes me sinto viver, começando pelo não.
Vejo que sinto outras coisas no corpo também. Coisas novas e sensuais, diferentes de tudo que lembro que já senti com livros. Sua relação com seus cheiros, com seu corpo, com partes dele, com aquilo que ele produz, me faz pensar sobre como vivo minha vida comigo mesma, quando estou sozinha lendo livros ou tentando pensar no nada (ou no vácuo do tempo entre um pensamento e outro). Xuela desconcerta, desmonta, desafina meu tino sobre as coisas que penso sobre figuras como pai e mãe.
Quando eu termino o livro, sinto como se tivesse vivido num mundo paralelo e ao mesmo tempo real nos momentos em que o li.
Pergunto, O que faz o mundo se voltar contra mim e contra todos de aparência como a minha? Não sou dona de nada, não procuro nada [...] (p. 81).
quarta-feira, fevereiro 02, 2022
Ei, você.
Ei, você.
Que conversa comigo e não impõe o que você pensa, mas acolhe o que eu falo, me faz perguntas e com as perguntas me faz chegar onde é preciso, sem apontar nada.
Ei, você.
Que quando eu chego onde eu preciso chegar e não onde você precisa, quando eu chego onde eu preciso chegar para sermos melhores juntos, espera que eu mesma me encontre com meus equívocos e me entenda. Que me dá um tempo para que eu me veja e me reconheça às vezes em um momento em que é o mais difícil para alguém, que é aquele momento em que nos encontramos despidas pela primeira vez das ideias que fazemos sobre nós e que ninguém sabe que nem nós mesmas podemos sustentar.
(esse segundo de encontro com a verdade sobre nós é coisa que o olho não aguenta fazer assim, no meio de uma conversa, muitas vezes só aprendemos coisas sobre a gente quando estamos só)
Ei você.
Que tem paciência e, ao ter paciência, espera calmamente que eu me reconheça despida, no encontro comigo. Que respira fundo e entende que aquele momento que talvez devesse só meu - mas que só existiu porque você estava ali, perto de mim. Contraditório, não? - pode me fazer sentir uma vergonha estranha e desconcertada, fora de lugar.
(eu não sei o nome do que se sente quando você está em frente a uma parte de você que nem você mesmo conhecia e precisa rapidamente pensar se a apresenta para aquele que está ali ou finge que não a viu, olho fecha e cabeça tenta pensar mais rápido que as palavras que eu não paro de falar, misturadas com a água que sai do olho)
Ei, você.
Que não parece preocupado em "ganhar" nada, porque não, a gente não está numa competição. A gente só quer encontrar o melhor jeito para ficarmos juntos. Que nem faz esforço para fazer tudo isso porque você é assim.
Ei, você.
Te amo.
Flutua.
Eu tou tão bem que nem sei. Nos dias não tão ótimos eu também estou bem, sabe? Porque estar viva é meu maior bem. Sentir, viver, pulsar, respirar.
Eu gosto de ser eu, com todas as dores e delícias. Eu amo amar e odiar e ainda assim querer continuar. Eu não me arrependo de nada nessa vida. Nada.
Nada mesmo.
Ter alguém para dizer eu te amo todos os dias é uma das melhores sensações que já senti na vida. Ter alguém que você pode dizer eu te amo sem medo sem vergonha sem pudor, o tempo todo, de vários jeitos. Sem precisar camuflar nem fingir ser indiferente à paixão.
Acordo dizendo eu te amo, durmo dizendo eu te amo. Acho que paraíso é isso: viver intensamente todos os sentimentos que carrego dentro. Amor, ira, paixão, ternura, encantamento, indignação, medo, coragem.
Eu amo o presente, estar presente.