Há cerca de dois meses atrás, conheci alguém que imaginei coisas. Iludi-me com uma ideia de companhia que nunca aconteceu. Imaginei uma história em que ficávamos juntos não só no final, mas antes, durante e até o final.
Eu imaginei sozinha, mas também fui alimentada por mensagens, sorrisos e mãos. Eu quis acreditar, porque entendi que estar acompanhada é melhor do que estar só. Esqueci-me de que tem um jeito de estar só ser melhor do que acompanhada, e era desse jeito que eu estava passando os meus dias.
Era um peso. Era difícil, mas eu não queria desistir, eu queria provar para sei lá quem que eu conseguia lidar com aquilo, mas doía, me machucava, eu chorava, sentia dores e angústia. E tentei, tentei. Por pouco tempo, mas tentei, de um jeito tão intenso que fez parecer anos.
Sem querer, esbarrei em mensagens que trocávamos no início de tudo. Elas eram tão leves, bonitas, tinham um interesse de descobrir mais da gente, tinham beleza. Depois, tudo foi ficando chato e o interesse parecia específico, daqueles que também pode se chamar aproveitamento, daqueles que faz você se perguntar se houve algum carinho, algum dia.
E quando olho para trás eu vejo que isso só durou mais tempo porque eu não queria admitir que eu tinha me enganado, que não era ele a pessoa que iria me fazer companhia num sábado à noite, que ele não era bem humorado o suficiente para me fazer sorrir por horas, que não era ele quem ia ser sensível para entender o que eu precisava, não era ele. Não é, nunca foi, mas eu queria que fosse e não queria assumir que errei. Quanto orgulho que nunca serve para nada, que só retardou uma história que nem seria história tivesse eu fechado a porta assim que minha intuição pressentiu sofrimento. Porque é que a gente faz isso com a gente, com tanta gente bonita lá do lado de fora do nosso coração?
E, de novo, não foi só por ele, foi também por mim, pelos meus egos, pelas coisas que eu defini como sendo aquelas que eu quero, por ser metódica, por traçar planos demais é que fiquei nessa mais tempo do que eu deveria. Preciso sempre admitir a parte que me cabe nessa coisa toda. É para isso que eu escrevo aqui.
Foi a tão pouco tempo que começou e há tão pouco tempo eu disse não. Eu não me permiti mais esperar respostas que nunca vinham, consideração, respeito. Eu hoje ainda sinto marcas, no corpo, dessa história pesada e angustiada. Não quero mais, porque me amo demais para permitir que alguém invada minha paz assim.
Estou ocupada em ser feliz. Vou fazer 37 anos daqui a pouco, tou com pressa.
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