A gente nunca sabe quando vai dar certo. Mas é preciso continuar tentando. Eu sempre me vejo começando de novo.
De novo eu olhei para as mãos. Eu não sei porque não notei isso no primeiro dia, eu estive encabulada demais para olhar para qualquer coisa, eu achei que tinha desejo demais nos meus olhos e evitei encarar, evitei que meus olhos pudessem dizer o que eu não queria que ele soubesse.
Que mãos bonitas, eu pensei. Mas não é só as mãos, é o que a pessoa faz com elas, como ela usa, mesmo sem saber que fica mais sexy pondo as mãos na boca e me fazendo perguntas ele segue fazendo e me faz ficar com desejos. Eu disparo a falar e sei que quando estou assim é porque quero disfarçar o desejo, tento respirar entre uma frase e outra, mas ele me pergunta outra coisa de novo e lá vou eu falando sem parar...
Acho que ele percebeu, pelo jeito como me olha ele sabe o que eu quero. Mas continua lá mexendo as mãos e me fazendo perguntas.
Quando sinto seu abraço, eu entendo porque as mãos me fascinaram tanto. Às vezes, a gente vai longe para receber um carinho que faz a sua vida valer mais a pena. E foi assim mesmo que eu me senti naquela hora em que ele me apertou contra o peito e me conteve com sua mãos.
Que mãos bonitas, eu disse.
E ele me sorriu assim.
E ele me sorriu assim.
2 comentários:
Oi Míghian!
Preciso desculpar-me com vc. Outro dia escrevi e estava pensando em algo, mas a interpretação foi outra. Eu assinei "das antigas", pois estava ouvindo "Coisa da antiga" com Clara Nunes e pensei: "Como estou velha, sou das antigas".
Eu não te conheço, mas eu gosto de ler seus textos. Nas suas histórias revivo alguns dos meus momentos de mocidade.
Quando vc escreve suas histórias, também (de certo modo) ecoa as nossas histórias.
Obrigada.
Ass. Das antigas (vulgo: velhinha)
Não me peça desculpas, peça carinho, eu prefiro. Que massa, uma pessoa que não me conhece e vem aqui e gosta do que eu escrevo... quanta boniteza nisso.
Um cheiro!
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