A partir de hoje, começarei a escrever pequenas resenhas de livros que terminei de ler. Há muitos outros que eu deveria ter feito isso, se conseguir tempo, postarei os livros dos últimos anos.
Terminei de ler Hibisco Roxo, de Chimamanda Adichie. Tenho buscado ler livros de escritoras africanas ultimamente, porque entendo que a linguagem utilizada nestes livros difere substancialmente de outros que passei toda a minha vida lendo. Eu, que quando adolescente li O Diário de Anne Frank e Christiane F, quero agora ver a vida por outros olhos, outras palavras, paisagens e sensações. Assim, vamos às escritoras africanas por enquanto. Quero também não apenas ler Chimamanda, mas outras tantas, como Pauline Chiziane, Noêmia Souza e Noviolet Bulamayo.
Hisbisco Roxo (Purple Hibisco) é o primeiro livro de Chimamanda, publicado em 2003. Apesar de ter tido tradução literal em português brasileiro, gostei mais da capa e da tradução do título em português.
Capa do livro de Chimamanda pela Asa, editora portuguesa
O livro conta a história de uma família de classe alta na Nigéria, pelos olhos da menina Kambili. A devoção de seu pai Eugene a uma religiosidade branca católica é o que faz com que Kambili cresça com medo de errar todo o tempo, o que também a afasta de parte de sua família, que segundo o pai, não aceitou a religião certa e cultua deuses pagãos. O relacionamento de Kambili com a tia e os primos e também o avô, que é visto de maneira reprovadora pelo pai, é o que a leva a questionar se seus medos e timidez condizem com o que ela realmente pensa.
A partir da estadia na casa de tia Ifeoma, conhece padre Amadi, por quem começa a ter sentimentos que remetem a um primeiro amor. Kambili tem um irmão, Jaja, que é uma das personagens que mais gostei, apesar de não ser principal e nem tão falado. Não sei bem porque, mas penso em Jaja como alguém realmente especial e importante para Kambili ser quem é e se tornar o que é. Ele... bem, não vou contar o final do livro, não é mesmo?
Eu gostei do livro, recomendo.
Apesar de ler Chimamanda, estou absolutamente segura que seu texto está carregado da Nigéria que conheceu, ela mesma de classe média e com acesso à Universidade dentro e fora do país. Não é apenas esse o relato que existe, mas é o que me chega e por isso, vou ler!
Nota: Tenho notado certa padronização nas traduções da Companhia das Letras para a maioria dos livros que leio. Não sei se é só uma sensação ou isso pode ser confirmado por alguém que entende de tradução e revisão. Estou lendo um livro da mesma autora por outra editora e gostei mais da narrativa. Resta-me ler o mesmo livro por editoras diferentes.
Chimamanda Adichie
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