Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, dezembro 24, 2020

Tudo nela brilha e queima: rimas de luta e amor, Ryane Leão.


Poesia é fogo, viu? Gostei de algumas coisas, mas não de tudo. Não vou mentir para agradar ninguém. Achei pensei em chamar de poesia em estado bruto, mas não, porque há vezes em que o bruto é o que embeleza a vida. Que massa que a gente mulheres negras podemos publicar e eu posso ler e ver coisas que gosto e coisas que não. 

Começou lindo o livro, depois amargou, descambou sem sonho, sem imaginação. Senti falta da poesia, ficou tudo muito repetição da vida concreta que nos assalta o tempo todo, cadê a palavra que me engana, que faz diferença, que me aponta outras coisas?

poesia é recheio mole e quente da palavra dura 
para quando a palavra nos perfura a vida
poesia é o que derrete o concreto da estrada da gente

Fiquei achando que era mais rima de dor e luta do que de amor. A autora me diz nas entrelinhas para não confundir amor com dor, não acreditar que é preciso sofrer para aprender, que sofrer não é melhor que sentir nada. Eu li, concordei e fiquei querendo mais.

Mas leiam e briguem comigo. Por mim.

                                                                                                                 Ryane Leão

 

Nenhum comentário: