Do nada desembuchei um monte de coisa que estava aqui dentro. Saiu, assim, foi só uma pergunta que me desmontou inteira.
Chorei até, por coisas que eu quase não chorei na vida. Que massa isso. Eu sinto tanto prazer quando alguém faz isso comigo, me faz eu mesma me mostrar e me ver, sou grata para sempre, nunca mais essa pessoa vai sair daqui de perto de mim, eu não vou deixar.
Mas a vida não é só isso, não. Tem isso, mas tem a vontade de dizer mais, de fazer mais, de entender mais, de saber se estou indo e fazendo do jeito certo. Eu paro. Eu penso (eu não gosto de pensar muito quando eu quero sentir, ver onde o sentimento pode me levar), eu reflito se é para ser assim. Eu fico na minha, me aprendendo. Tentando encontrar um equilíbrio entre o que eu gosto e quero e sonho e desejo intenso e o que eu penso que importa para mim. Tem as outras pessoas, tem a outra pessoa, sempre tem e que bom. Às vezes desequilibra, às vezes bagunça tudo, mas eu não desisto. Não assim, não fácil. Só quando não presta. Às vezes eu paro e me pergunto se estou inventando uma história sozinha. Nesses momentos, é certo que eu quero dengo. Quero que me deem atenção e cuidado, que me digam que estão ali, algum sinal de vida, que entendeu minha chatice e desânimo, que vai passar e podem cobrir aquele tempo chato com corações e beijinhos a mais, eu volto, eu volto. Eu sempre volto à luta.
Houve um tempo em que pensei, eu desisto fácil, eu vou embora logo. E é sim, às vezes é. Às vezes não. Quando eu sinto paz, eu não vou embora. Então, tudo bem. Só disso que eu preciso. Sem forçar a barra, sem pedir, só sentindo o que a pessoa me dá sem cobrar.
Eu quero aprender a cobrar sempre menos das outras pessoas e só um pouquinho de mim, para ser feliz junto com as pessoas. Audre Lorde me disse, liberdade é solidariedade, eu também sinto isso e quero para mim.
Eu acho que a gente precisa sentir que é querida para continuar. E cada pessoa tem um jeito de querer, de demonstrar. Muitas vezes não combina os jeitos de mostrar como alguém pode te fazer bem. Como fazer isso sem pressionar, como conversar com cuidado e carinho para não assustar? Eu não sei. Eu só sei ser eu, e olhe lá. Eu sou intensa, sou eu inteira, sou toda, vou fundo, gosto de profundo, crio caso, procuro conversa, dou espaço, espero perguntas (e faço), acredito, volto atrás, digo que errei, faço tudo.
Ano passado eu não morri, quem dirás esse ano, aonde.
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