Eu achei que não ia sentir tanto amor num lugar de trabalho como agora.
Eu sempre trabalhei com o que amo. Eu trabalhei ao lado de crianças o tempo suficiente para achá-las as coisas mais maravilhosas do mundo. Aí eu acreditei que eu não poderia ser mais feliz do que fui com elas.
Senti saudade de todas as escolas que saí, de todas as turmas que terminaram, todas, todas. Revejo as fotos, impressas ou aquelas que estão no PC e as lágrimas começam a cair sempre. Eu adoro isso.
Agora estou trabalhando com gente grande e sempre achei que não ia ser mais feliz do que fui com os bebês, as crianças. Eu não sei se sou mais feliz, mas sou MUITO feliz com as estudantes que tenho agora.
Hoje, voltando para casa, um dos estudantes levantou da cadeira e me deu o lugar na van. Falei obrigada e sentei, olhei para ele, que me deu a bolsa e ficou lá mexendo no celular, estava ouvindo música. Eu senti um amor tão grande por ele, fiquei pensando na família, longe, ele ali, estudando num outro país, sozinho naquela van, de pé por mim. O amor me invadiu e me fez lembrar também das estudantes brasileiras que lutam para concluir o curso, em como amo todas elas. As lágrimas não caíram, mas o amor inundou e queimou tanto no meu peito que evaporou no ar e senti paz.
Fui feliz, sou feliz. Mais uma vez.
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