Mais uma vez: começo de semestre, um rapaz branco me pergunta se eu trabalho na biblioteca. Respiro fundo e ele parece perceber a merda que fez; se afasta antes que eu termine de lhe responder. Eu lhe digo
com certeza, não
Mas arremato:
só posso ser funcionária para te ajudar? eu poderia fazer isso sendo estudante, porque conheço aqui. mas, pra você, não
(porque não tem nenhum problema em ser funcionária da USP, há realmente muitas pessoas negras lá, o problema é a abordagem, o estereótipo)
Ele já vai longe, envergonhado, parece. Algumas pessoas se tocam só depois que já perguntaram. Eu, respiro fundo de novo, me desconcentro um pouco. Era mesmo sobre escravização o livro que eu procurava e não achei.
Engraçado de constatar, mas essa pergunta rola mais comigo na FFLCH, onde supostamente há cursos em que se estuda relações raciais... vai entender.
Ele já vai longe, envergonhado, parece. Algumas pessoas se tocam só depois que já perguntaram. Eu, respiro fundo de novo, me desconcentro um pouco. Era mesmo sobre escravização o livro que eu procurava e não achei.
Engraçado de constatar, mas essa pergunta rola mais comigo na FFLCH, onde supostamente há cursos em que se estuda relações raciais... vai entender.
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