Você que me lê, me ajuda a nascer.

domingo, novembro 07, 2010

Em Salvador.

Acordei há quase mais de duas horas e não paro de escrever. Eu gosto disso, de acordar cedo e dormir cedo. Depois acordar no meio da noite, tomar café preto e ver mainha ali dormindo. Ligo a TV' e não tem nada que preste, mas como eu só vejo TV' em Salvador, deixo ligada para ouvir o som das palavras. O jeito que falam as palavras na TV' Salvador.
Fico pensando em minha vida toda. Sem saber direito se quero o que eu quero. Crescer tem disso, tomar decisões. Eu gosto, mas tem horas que dá medo, frio na barriga de dar tudo errado. Mas, como saber? Só errando mesmo, mas a gente não quer errar. Falando certo, eu é que não gosto de errar. Alguém gosta?
Mas acho que eu ligo muito para isso. Ligo demais. Falo demais, converso demais. Mas também ouço. E gosto que falem de mim, apesar de poucas pessoas fazerem isso. Eu quero ouvir coisas ruins também, fico perguntando aos meus amigos e amigas o que eu tenho de ruim. Pensam que amor não tem disso, de botar o dedo na ferida?
Amor é bicho bom, já disse Dona Mariquinha em O Fim e o Princípio. Mas amor é uma coisa, namoro é outra, vice? Amor a gente sente por menina, menino, pai, amigo e inimiga, mas namoro nem sempre a gente pode. Por que a gente tem as imperfeições da gente, não sabe, que juntando com as coisas todas da outra pessoa pode virar um monstrengo feio que assusta criança de noite. Então às vezes é melhor cultivar o amor. Que como eu sempre digo, são umas pessoas. E cultivar o amor nem sempre é namorar. É ligar pra dizer euteamo, mas nem sempre é namorar.
Eu sei, são só justificativas para uma pessoa que não gosta de namorar. Não sei ainda conciliar essa minha pulsão de viver e o namoro. Sempre acho que vou ficar em falta, ou com a vida, ou como o namoro. Enquanto não sei resolver, vou dizendo não pro namoro, e sim pra vida.
Mas sabe? Ontem assistindo a TVE Bahia ouvi uma moça que com paralisia cerebral dizia que as pessoas tem medo do deficiente físico, mas que o que se precisa é se aproximar e se relacionar, e as pessoas tem medo disso, da aproximação. Fico encafifada com isso e acho que eu também tenho medo. Apesar de me relacionar com muita gente, pouca, mas pouca gente mesmo sabe de mim, daqui de dentro. Só quando eu namoro é que essa migh aparece, e eu não sei, às vezes ela é tão pesada... e má, e ruim e chata. E eu não gosto dessa visão de mim e eu fujo disso, apesar de gostar de me aproximar. Sinto que não vou ter tempo de me dedicar a essa convivência e vou protelando... e prefiro me doar pra todo mundo, e para ninguém. Não sei.
São críticas a mim mesma que eu faço, esperando que alguém me ajude a fazer também.
De repente senti saudade da estação de trem do lado da minha casa em São Paulo. É uma estação na periferia, sem nenhuma propaganda, só o concreto. Fico imaginando que a União Soviética era assim e fico feliz quando desço as escadas rolantes sem nenhuma propaganda dos lados, só aqueles muros enormes de concreto. Parece loucura, mas é realmente irritante as estações de trem e metrô do centro abarrotadas de propaganda. Certa vez uma universidade colocou um banner dos dois lados da passarela de 15 metros de largura por 2 metros de altura e eu ficava agoniada sem poder ver a luz do sol. Mandei um email pra gerência do trem pedindo para não fazerem essa tortura com a gente.

3 comentários:

Anônimo disse...

O que queres ouvir? Palavras personificadas? susurros descuidados? Onomatopeias, que nos ligam despidos a natureza? Ou ainda ouvir dizer que sou com chocolate? Recomendo a musica do Sting, "English man in New York"...be yourself no matter what they say.....
Era so mesmo para dizer k Migh é um composto, qualquer elemento retirado = novo composto organico, menos Migh.

Migh Danae disse...

Oxente...

Migh Danae disse...

E eu nunca sei quem me escreve essas coisas...